Campanha “porque todos os batimentos cardíacos contam”
World Heart Federation (WHF) e Fundação Portuguesa de Cardiologia pedem igualdade na saúde do coração
- Este ano, a WHF está a mobilizar milhões de pessoas em todo o mundo para serem Heróis do Coração, fazendo e mantendo a promessa de cuidar do coração dos seus familiares e amigos
- As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, matando 17,9 milhões de pessoas por ano: fazendo uma comparação, o VIH, a malária e a tuberculose, matam 3 milhões de pessoas no total (OMS)
- Praticar exercício na meia-idade, ou após, reduz em 29% o risco de morte por doença cardiovascular (BMJ)
- A poluição do ar está a contribuir para cerca de 25% das mortes por DCV (OMS)
- Fumar, nem que seja apenas um cigarro por dia, aumenta em 48% o risco de doença coronária (BMJ)
Nem todos os corações são iguais…mas deviam ser
A WHF, os seus membros e parceiros acreditam num mundo onde a saúde do coração é um direito humano fundamental e um elemento crucial da justiça na área da saúde. Independentemente do país, região, origem, raça, género, idade, educação ou rendimento, qualquer ser humano tem direito à saúde cardiovascular e ao bem-estar através de medidas de promoção da saúde, acesso à prevenção, controlo e gestão das doenças cardiovasculares (DCV). Infelizmente, não é o que acontece nos dias de hoje.
O Dia Mundial do Coração é a maior plataforma de sensibilização para as DCV e, este ano, a WHF está a utilizar esta ferramenta para reforçar a existência de desigualdades na saúde do coração. Uma das questões mais prementes continua a ser o acesso a medicamentos cardiovasculares essenciais: dois mil milhões de pessoas, cerca de um terço da população global, não têm acesso aos medicamentos de que precisam, uma situação que afeta principalmente pessoas de países, regiões ou áreas isoladas das cidades[1]. Apesar de ser a principal causa de morte e invalidez, o acesso a medicamentos para as DCV não faz parte da agenda global.
Numa análise de parâmetros globais de rendimento, está a aumentar a evidência de que taxas mais altas de eventos cardiovasculares e de barreiras no acesso à saúde estão relacionadas com determinantes socioeconómicos da saúde, incluindo a educação e a sensibilização na área da saúde. [2]
Mas existem também outros fatores que também podem contribuir para a desigualdade da saúde do coração:
- A poluição do ar é responsável por 25% das mortes cardiovasculares (OMS), com risco aumentado para as pessoas que vivem nas cidades
- Uma dieta saudável é essencial para reduzir o risco de DCV, mas em muitas escolas, escritórios, hospitais e lares, as pessoas ainda recebem alimentos altamente calóricos e são confrontadas com opções saudáveis limitadas
- Em países onde a proibição de fumar não existe, as pessoas geralmente não têm escolha a não ser trabalhar e socializar em locais onde o fumo passivo aumenta o risco de DCV
- A falta de espaços ao ar livre ou ciclovias com segurança também podem limitar a capacidade do indivíduo ser mais ativo, aumentando o risco de DCV
- Antecedentes genéticos e áreas geográficas específicas também podem predispor certas populações ao aumento do risco de DCV
O Meu coração, o Seu coração
Criado e liderado pela World Heart Federation, o Dia Mundial do Coração tem como objetivo combater o aumento do número de pessoas com doenças cardiovasculares e promover a igualdade da saúde do coração. A campanha de 2019 pretende criar uma rede global de Heróis do Coração, que se incentivam mutuamente a cuidar do seu coração, fazendo e mantendo uma promessa:
- Uma promessa para a nossa família cozinhar e comer de forma mais saudável, praticar mais exercício físico e deixar de fumar
- Uma promessa para os nossos filhos, ajudando-os a ser mais ativos e a dizer não ao tabaco
- Uma promessa, enquanto profissionais de saúde, para ajudar os doentes a controlarem os fatores de risco da DCV
- Uma promessa, enquanto decisores políticos, para implementarem um plano de ação para as doenças crónicas
- Uma promessa para O MEU CORAÇÃO, PARA O SEU CORAÇÃO
A campanha do Dia Mundial do Coração deste ano, é sobre a criação de uma comunidade global de heróis do coração. Pessoas que se empenharam em melhorar a saúde cardíaca e em reduzir as doenças cardiovasculares, dos respetivos doentes, ou que estão a agir para viverem vidas mais longas e melhores ao fazer, e cumprir, uma promessa da adoção de hábitos de vida saudáveis sendo os heróis que o seu coração precisa.
A Fundação Portuguesa de Cardiologia nomeou para Herói do Coração, o Prof. Doutor Polybio Serra e Silva, Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Presidente do Conselho Científico e da Delegação Centro da Fundação Portuguesa de Cardiologia. “A minha promessa, aos 91 anos, é manter-me saudável para continuar a fazer prevenção cardiovascular utilizando a poesia e a prosa como instrumentos privilegiados”.
No dia 29 de setembro, a população mundial vai juntar-se no combate às DCV, através da criação e partilha de materiais das suas próprias campanhas, da realização de atividades e eventos de sensibilização, da organização de atividades de angariação de fundos para entidades locais e através da iluminação de edifícios ou monumentos icónicos (em anexo a lista de edifícios/monumentos iluminados).