Requalificação de igreja de mosteiro em Mangualde concluída com dois anos de atraso

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A requalificação da igreja do mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão, em Mangualde, distrito de Viseu, foi finalizada, anunciou hoje Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC), aludindo a uma obra concluída com dois anos de atraso.

Classificado como Monumento Nacional em 2002 e localizado em Fornos de Maceira Dão, o mosteiro, que é propriedade privada, foi alvo de uma candidatura ao programa Centro 2020 (aprovada em 2019 no valor de cerca de 500 mil euros e 85% de financiamento europeu), dado “o estado de degradação e o risco de perda” do imóvel.

A candidatura, protagonizada pela DRCC conjuntamente com os proprietários do edifício – que ficaram responsáveis pelos 15% da contrapartida nacional de financiamento – visou garantir “as condições de segurança necessárias à visitação do monumento”.

“O projeto desenvolvido partiu da necessidade de suster a ruína, centrando-se na igreja que foi alvo de uma intervenção estrutural com substituição do revestimento em telha e respetiva estrutura de suporte, ações de conservação e restauro de elementos pétreos, recuperação e consolidação de alvenarias e abóbadas e instalação de caixilharias”, referiu a Direção Regional de Cultura, numa nota hoje enviada à agência Lusa.

No comunicado, a DRCC adiantou que a operação de requalificação agora concluída, permitirá ainda a concretização de dois objetivos considerados estratégicos: “a interpretação cultural, histórica e arquitetónica do lugar através da criação de uma exposição de longa duração, em organização, e a inserção deste monumento nos roteiros culturais nacionais e internacionais, nomeadamente nos circuitos de visita associados à Ordem de Cister”.

A intervenção na igreja do mosteiro – cuja fundação é atribuída aos beneditinos em 1168 (no reinado do primeiro rei de Portugal, Afonso Henriques) e que, 20 anos mais tarde, adota a regra de Cister, sob dependência dos abades de Alcobaça – foi anunciada em julho de 2019, mas a obra só viria a começar mais de um ano depois, em outubro de 2020.

O concurso foi lançado em maio de 2020 com um preço base de cerca de 447 mil euros e o contrato viria a ser assinado em agosto do mesmo ano por 400 mil euros e um ano de prazo de execução.

A obra, prevista para durar até final de 2021, haveria se sofrer atrasos e a própria intervenção obrigou a uma segunda empreitada – segundo fonte oficial da DRCC “para corrigir a consolidação das abóbadas” do monumento – cujo contrato, no valor de 120 mil euros mais IVA, foi assinado em junho de 2021 e somou mais oito meses (240 dias) aos trabalhos.

A mesma fonte frisou que os atrasos na conclusão das empreitadas derivaram da pandemia de covid-19.

“Quase todas as obras tiveram atrasos motivados pela covid-19 e os prazos tiveram de ser alterados”, alegou.

No total, segundo a mesma fonte da DRCC, a intervenção na igreja do mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão orçou, com IVA, em quase 552 mil euros, financiados a 85% por fundos europeus (e 15%, cerca de 83 mil euros, a cargo dos privados), o que obrigou a um “reforço” dos apoios financeiros.