De acordo com os mais recentes dados da plataforma internacional EULAR COVID-19, a prevalência da infeção por COVIID-19 nos doentes portugueses portadores de doenças reumáticas é inferior à média na população em geral com um total de apenas 63 casos detetados desde março. “Boas notícias para os doentes que sofrem com doenças reumáticas como por exemplo de artrite reumatóide”, referiu Vasco Romão, médico reumatologista do Hospital da Luz. O EULAR COVID-19 é uma base de dados internacional que conta com a participação de diferentes países, incluindo Portugal, que procura consolidar informação referente a doentes reumáticos com RMDs e COVID-19.
Dos doentes reumáticos afetados pela COVID-19, “dois terços apresentam febre e tosse e metade diz ter experienciado falta de ar”. De acordo com o mesmo estudo, “os anti-TNF, tratamentos usualmente utilizados no tratamento de um conjunto de doenças reumáticas, parecem reduzir o risco de hospitalização dos doentes já que contribuem para a diminuição da resposta inflamatória do corpo, o que por sua vez reduz o risco de pneumonia e consequentemente de hospitalização do doentes”.
Estes dados foram apresentados hoje durante as XX Jornadas da A.N.D.A.R que servem para assinalar os 25 anos da Associação. Em Portugal, são cerca de 50.000 a 70.000 as pessoas que sofrem com artrite reumatoide, uma doença reumática inflamatória crónica das articulações, mas que pode atacar, entre outros, órgãos como coração, pulmões, glândulas endócrinas, pele ou rins. Os principais sintomas são dores nas articulações, com rigidez matinal e inchaço. Geralmente, estas dores começam nas mãos, pés, cotovelos, tornozelos e joelhos. Esta doença pode acontecer em qualquer idade, mas é mais comum entre os 30 e os 50 anos e com maior prevalência no sexo feminino. Quando não tratada precoce e corretamente, acarreta, em geral, graves consequências para os doentes, traduzidas em incapacidade funcional e para o trabalho.
Durante a pandemia, a associação continuou o seu trabalho, com particular relevância na distribuição de medicamentos. “Desde março que, em plena pandemia, mantemos uma parceria com uma Associação de Motards, que recolhe nas farmácias hospitalares e entrega no domicílio dos doentes medicamentos de dispensa exclusiva hospitalar. Desde então, já fizemos cerca de 300 entregas em 32 localidades, desde Portimão até Monção”. Para o futuro, a A.N.D.A.R pretende concluir o Centro de Acolhimento e Centro de Investigação Clínica, anunciado nas jornadas do ano.