Declarações após o jogo entre Benfica e Tondela, da quarta jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Lisboa e que terminou com a vitória dos ‘encarnados’, por 2-1:
– Jorge Jesus (Treinador do Benfica): “Sabíamos que era um jogo difícil, mas complicou-se mais porque o único remate que o Tondela fez à baliza deu golo. Com o golo, a equipa do Tondela – com uma organização defensiva muito boa -, fechou-nos os corredores e a equipa sentiu essa dificuldade em entrar. Nos primeiros 45 minutos obrigámos muito a equipa do Tondela a correr atrás da bola e sabíamos que na última meia hora ou nos últimos 15 minutos iam ter dificuldades para nos acompanhar. Depois de conhecer o posicionamento do adversário, tentámos modificar na segunda parte com a entrada dos três jogadores e mudar a velocidade do jogo sem bola e não só. Foram uns 50 minutos muito fortes da equipa, sempre na tentativa de inverter o resultado e conseguimos. Foi uma vitória difícil, suada e parabéns à equipa, mas também aos adeptos, que foram fundamentais para a equipa não entrar em stress.
O que é importante para mim, como treinador do Benfica – e como treinador já com muitos anos de futebol -, é defender a minha equipa. O mês de agosto não foi 100% vitorioso, mas com sete vitórias e um empate, que soube a vitória. Todos são importantes e o que importa é o grupo. O Benfica está a fazer um grupo muito forte, com um compromisso muito bom.
É para isso [liderança da I Liga] que trabalhamos. Fizemos o pleno, trabalhámos durante este mês com muita intensidade e um compromisso muito grande de todos. Podes ser um grande treinador, ter grandes jogadores, mas, se não tiveres um grande compromisso, tens mais dificuldades. E o Benfica está a criá-lo. Não ganhámos nada no campeonato, ganhámos jogos.
[Sobre a conversa com os jogadores ao intervalo] Se acharem que ‘duras’ é falar com os jogadores… No futebol não há tempo de ter uma conversação de ‘por favor’. Aqui é rápido e com adrenalina. A intenção não é dar ‘duras’, é corrigir os erros e melhorar. Ao intervalo já falo com os jogadores com outra calma. Pedi para não ficarem nervosos por estarmos a perder 1-0.
O Roman [Yaremchuk] vai para os jogos da seleção da Ucrânia e para voltar tem o problema do isolamento [profilático]. Tivemos de o vacinar antes de ir. O que é que aconteceu? Adoeceu e não pôde jogar. Sobre o Vinicius, não há segredo nenhum: se há setor onde há excesso é nos pontas de lança. Vamos tentar libertá-lo, é quase o único que tem mercado, que tem clubes atrás dele. É um profissional espetacular e um jogador ao qual não dei tantas oportunidades como, se calhar, ele merecia, porque tem mercado e merece a melhor sorte do mundo num clube à dimensão dele.
Preferia estar a jogar [em vez de ter paragem para os jogos das seleções]. Hoje, os clube pagam e as seleções é que mandam… está tudo ao contrário. Preferia continuar a jogar, sabendo que as seleções também têm de jogar.
[Sobre o sorteio do grupo para a Liga dos Campeões] Não me incomoda nada, incomoda-me que tenhamos de ter capacidade. É com os melhores que a gente cresce e se valoriza. Vamos ver se estamos ao nível das equipas do Dínamo de Kiev, do Bayern Munique e do Barcelona”.
– Pako Ayestaran (Treinador do Tondela): “[Reviravolta] Creio que foi mais por mérito do Benfica. O Benfica acertou com as mudanças ao intervalo, introduziu mais velocidade e qualidade, sobretudo com o Rafa a jogar por dentro. Na nossa equipa começaram a ‘faltar pernas’ e ficámos muito atrás nos últimos 20 minutos; em qualquer situação, com a qualidade individual do Benfica, podia acontecer o golo. A velocidade da entrada do Benfica na segunda parte foi o momento chave do jogo. Creio que os objetivos que perseguíamos para este jogo, com exceção do resultado, foram alcançados.
Esperávamos que o Benfica jogasse com três centrais, mas não creio que o ‘4-4-2’ os prejudicou, creio que foi mais a falta de velocidade e o trabalho defensivo do Tondela. Houve mérito do Tondela no primeiro tempo.
[Sobre a aposta numa dupla de centrais muito jovem] Se tiver de decidir entre qualidade e experiência, fico pela qualidade. Estou muito contente com eles, [Eduardo Quaresma e Jota] são dois jogadores que estão a mostrar que podem ser bons centrais e que têm muito trabalho pela frente. Têm muitas possibilidades de chegar a um nível alto”.