Com o alívio das restrições no combate à pandemia da COVID-19, o Caminho de Torres, uma nova rota que une Salamanca a Santiago de Compostela, em Espanha, com passagem por antigas vias do interior de Portugal e do ocidente peninsular, tem visto o número de peregrinos a aumentar, assim como os seus espaços de acolhimento, nomeadamente com a recente abertura do primeiro albergue em Beira Valente, na freguesia de Leomil, em Moimenta da Beira.
O Caminho de Torres tem cerca de 600 km e foi estruturado em 24 etapas que podem ser percorridas em 24 dias de caminhada. Junta localidades importantes para o imaginário medieval jacobeu como Lamego, Amarante, Guimarães, Braga ou Ponte de Lima. Este percurso foi alvo de um projeto de requalificação, que começou a ser desenvolvido, em 2017, pelas comunidades intermunicipais do Tâmega e Sousa, do Alto Minho, do Ave, do Cávado e do Douro, com a denominação “Valorização Cultural e Turística do Caminho de Santiago – Caminho de Torres”. O investimento global foi de cerca de 1 milhão de euros, cofinanciado pelo Programa Operacional Regional do Norte (Norte 2020), através do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional).
O Caminho de Torres encontra-se devidamente sinalizado desde Sernancelhe a Valença e dispõe de materiais de apoio, como guias, mapas, um site (www.caminhodetorres.pt) e uma aplicação móvel que podem ser uma excelente companhia para a peregrinação. A abertura do albergue de Beira Valente, em julho deste ano, veio dotar este Caminho de melhores condições para acolher os caminhantes. Este albergue, criado numa antiga escola primária, embora pertencendo à Câmara Municipal de Moimenta da Beira, é gerido pela Associação Eu, Peregrino.
O albergue tem 10 camas, condições sanitárias, uma cozinha equipada e uma sala de convívio. “Todas as camas têm uma base própria para cada colchão, uma toalha para o banho, uma almofada, uma manta para se a noite estiver mais fria e tudo é desinfetado de pessoa para pessoa. Por aqui, já passaram portugueses e espanhóis que se mostraram satisfeitos, tendo sido, para alguns, o primeiro albergue oficial e o primeiro carimbo oficial de albergue do Caminho de Torres”, refere Paulo Ferreira, presidente da Associação Eu, Peregrino, que garante estarem reunidas todas as condições para receber novos peregrinos, prevendo boas perspectivas para o Caminho de Torres.
Para além deste albergue, brevemente estarão disponíveis mais dois, um no Peso da Régua e outro em Tarouca. Ainda em outubro, espera-se a conclusão do processo de certificação do Caminho de Torres.