O presidente da Câmara de Viseu revelou hoje que apresentou queixa à Polícia Judiciária (PJ) por o município ter sido vítima de uma eventual fraude numa transferência bancária para uma conta indevida.
“Só percebemos o que tinha acontecido, porque a Galp Energia nos exigia o pagamento e nós afirmávamos que já o tínhamos feito. E foi quando fomos ver o que aconteceu”, contou Fernando Ruas.
Em causa está a “aquisição de energia elétrica em média tensão”.
A autarquia estava a “pagar as faturas à Galp e uma primeira era no valor de 379 mil euros e outra era de 172 mil euros”.
“Só que fomos vítimas de uma fraude, porque mandaram um email aos serviços com um IBAN errado e o serviço pagou a quem não devia. O IBAN era, curiosamente, do mesmo banco, do BCP”, relatou.
Após reuniões com as entidades envolvidas, esclareceu Fernando Ruas, foi “feita uma participação à Polícia Judiciária [PJ] e o SMAS [serviços municipais de água e saneamento] e os representantes dos bancos já tomaram todas as providências”.
“Já cancelaram as contas e garantiram até que o segundo pagamento, que não tinha sido sequer feito, foi retido. E o primeiro [pagamento] ainda não tinha sido todo transferido”, esclareceu.
Ainda assim, o autarca assumiu a existência desta fraude, “porque não queria esconder o que se passou, porque, ao que parece, há pessoas a serem vítimas deste tipo de fraude”.
“Nós vamos tomar todas as posições, como reconfirmar mais do que uma vez o IBAN com as entidades que o mandam, porque nunca me passou pela cabeça que isto pudesse ser possível, mas vê-se que pode acontecer com facilidade”, confessou.
Fernando Ruas contou ainda que o ‘email’ indevido “vinha da Galp, ou em nome da Galp, e lá estava proposto que o novo pagamento fosse feito para este novo IBAN”.
“Agora, já sabemos que a proveniência deste novo IBAN, o nome ou de quem enviou, é estrangeiro”, adiantou Fernando Ruas, que disse desconhecer a forma como se desencadeou a fraude.
O presidente afirmou ainda, “e segundo o departamento informático da autarquia, que a Câmara Municipal de Viseu não foi alvo de nenhum ataque informático, pelo menos que se saiba”.
“O que tínhamos de fazer, a Câmara fez, agora estamos à espera. Eu estou com alguma esperança de reaver, não sei se todo, mas algum dinheiro. O que ainda não foi movimentado, o banco cancelou”, disse.