Como as mudanças climáticas do passado são fundamentais para o futuro do planeta

Encontro Internacional sobre Paleoclima| 18 e 19 de junho| Polo II UC

 

Nos próximos dias 18 e 19 de junho, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) acolhe um encontro internacional sobre paleoclimatologia, a ciência que estuda o registo das alterações do clima ao longo do tempo.

 

Intitulado “International Meeting on Paleoclimate: Change and Adaptation”, o grande objetivo do encontro, organizado, em conjunto, pelo Centro de Geociências e pelo Centro de Investigação da Terra e do Espaço, ambos da FCTUC, é mostrar como as mudanças climáticas do passado são uma peça-chave para melhorar a compreensão da dinâmica do clima no presente e no futuro próximo do planeta.

 

Maria Helena Henriques e Rui Pena dos Reis, do comité organizador, salientam que «só compreendendo a natureza das alterações climáticas do passado é possível estabelecer, de forma séria e sustentada, modelos de previsão para o futuro. A discussão internacional sobre as alterações climáticas tem sido muito politizada, não tem aproveitado as lições do que o passado fornece – as alterações climáticas já acontecem há muitos milhões de anos – para estabelecer padrões e cenários da variação do clima para o futuro».

 

O conhecimento, sempre baseado na ciência, «é crucial para enfrentar os desafios atuais. Por isso, com este encontro pretendemos estimular uma discussão aberta sobre os sinais paleoclimáticos, a fim de melhorar o nosso olhar para o presente e fundamentar as perspetivas futuras sobre as alterações climáticas», realçam os também docentes do Departamento de Ciências da Terra da FCTUC.

 

Do programa do encontro, que conta com a apresentação de mais de meia centena de comunicações científicas, constam quatro conferências plenárias e uma mesa redonda, destacando-se as conferências de David Grinspoon e Jefferson Cardia Simões.

 

David Grinspoon, astrobiólogo norte-americano que estuda a evolução do clima e a habitabilidade de outros planetas, é conselheiro da NASA e tem sido galardoado com múltiplos prémios pela sua atividade enquanto comunicador de ciência, dos quais se destaca a atribuição do seu nome a um pequeno planeta, o asteróide Grinspoon. Jefferson Cardia Simões, pioneiro da glaciologia no Brasil, é atualmente vice-presidente do Scientific Committee on Antarctic Research/Conselho Internacional para a Ciência (SCAR/ISC).

 

Com início às 9 horas do dia 18 de junho, este encontro internacional reúne participantes de vários países, entre os quais, além de Portugal, Brasil, Espanha EUA, França e Marrocos. A discussão vai centrar-se em cinco grandes temas: paleoclima no sistema solar: forças externas e evoluções divergentes; mudanças climáticas no tempo geológico: lições para aprender; memória climática no registo geológico; as adaptações humanas às alterações climáticas ao longo do Quaternário; eventos climáticos e interações homem-ambiente.

 

No fundo, concluem Maria Helena Henriques e Rui Pena dos Reis, «vamos discutir como é que o clima é influenciado por fatores externos à Terra, como é que a Terra exprime essas alterações climáticas ao longo do tempo geológico, que memórias ficaram na superfície da Terra e o que testemunham, como foi a adaptação da espécie humana ao longo do Quaternário e as interações pessoas-ambiente e os eventos climáticos».

 

No âmbito do encontro, os participantes vão efetuar uma viagem de estudo ao Geoparque da Serra da Estrela, que está em processo de avaliação para vir a ser integrado na rede global de geoparques da UNESCO. Neste geoparque existem vários locais com registos exuberantes da ação glaciar ocorrida há cerca de 20 mil anos.

 

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