A Câmara de Castro Daire lançou hoje o plano para a igualdade e não discriminação com base em sete eixos, para ser implementado nos próximos quatro anos, a fase de “maior desafio” porque vai mudar mentalidades.
“O objetivo é tornar o nosso concelho mais inclusivo no combate à discriminação. Depois do diagnóstico chega a fase que representa o maior desafio, o da implementação, o da mudança de mentalidades e de gerações”, defendeu o presidente da Câmara, Paulo Almeida.
No dia em que a autarquia apresentou publicamente o plano municipal para a igualdade e não discriminação de Castro Daire, o presidente destacou os sete eixos em que assenta o plano: solidariedade social, educação, emprego, saúde, cultura, desporto e política.
“São temas importantes e sensíveis e o grande sucesso deste passo vai passar pelo envolvimento da comunidade e de todas as instituições, esse é que é o grande desafio, porque a parte mais teórica é mais fácil”, apontou o presidente daquele município do distrito de Viseu.
O consultor do Projeto + Igual Viseu Dão Lafões, Américo Albuquerque, especificou os sete eixos, esclarecendo que “não podem ser vistos de forma individual” e “só funciona se estiverem todos interligados entre si”.
A linguagem é uma das medidas mais transversais, já que “a forma de falar e a terminologia fazem toda a diferença na inclusão e na não discriminação das pessoas”, seja qual for o setor da sociedade ou eixo de intervenção do plano sustentou Américo Albuquerque.
“Fazem parte do plano ações de formação, nomeadamente na área da solidariedade social e na educação, para ajudar os profissionais, assim como a criação de guias orientadores para a comunicação inclusiva”, explicou o consultor.
Uma comunicação que “também tem de ser levada em conta pelo município, que terá de dar o exemplo, nos seus ofícios e colaboradores, como na comunicação de todas as instituições envolvidas neste plano” municipal.
Um documento que “está em constante crescimento e será adaptado, sempre que se justifique, tanto pelos contributos de todos, como pelo desenrolar das ações previstas no plano”, admitiu o presidente da Câmara.
“Temos de ter muito cuidado na implementação deste plano, porque não queremos banalizar, nem normalizar determinadas situações, nem expô-las, para que não provoque o efeito contrário. Temos de ter equilíbrio e cuidado neste trabalho”, assumiu Paulo Marques.
Um equilíbrio que o autarca também defendeu para o “respeito, deveres e direitos”, das palavras mais usadas durante a tarde e que, no seu entender, “um dos problemas mais transversais na sociedade hoje, é o esquecimento da palavra dever”.
“Vivemos numa sociedade de direito e, muitas vezes, esquecemo-nos que associados aos direitos existem também os deveres. Neste caso em concreto, temos de ter o equilíbrio entre direitos e deveres e respeito, porque o respeito está na base da igualdade”, defendeu.
No entender de Paulo Marques, “o sucesso deste plano tem como base este trinómio de respeito, deveres e direitos”, já que “acima de tudo tem de haver respeito e respeito pelos deveres e respeito pelos direitos”.
O secretário executivo da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões, Nuno Martinho, lembrou que este plano, que também vai ser implementado nos restantes 13 municípios da Comunidade e envolver “cerca de 500 mil euros e mais de 200 colaboradores” a elaborarem os documentos.
