O presidente da Câmara Municipal de Cinfães justificou hoje o encerramento diurno do Serviço de Urgência Básica (SUB) com a falta de recursos humanos.
“Apesar de, neste momento, haver um vazio na gestão, considerando a mudança agora em curso para a Unidade Local de Saúde (ULS), a Câmara Municipal contactou o responsável pela elaboração da escala de serviço que informou que este cenário se deve à falta de recursos humanos”, justificou o socialista Armando Mourisco.
O presidente de Cinfães reagiu assim à informação do agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Tâmega I – Baixo Tâmega que deu a conhecer “constrangimentos para assegurar a escala de médicos do Serviço de Urgência Básica (USB) de Cinfães”.
Segundo um comunicado de imprensa da Câmara de Cinfães, “a situação veio a confirmar-se com o encerramento do serviço durante o dia de ontem [terça-feira] e períodos da manhã e tarde de hoje”.
“Esta situação poderá ter sido provocada por questões burocráticas, nomeadamente a não renovação dos contratos de alguns médicos que terão terminado a 31 de dezembro, aguardando-se a nomeação da nova administração da ULS para repor a situação e retomar o normal funcionamento”, defendeu Armando Mourisco.
O presidente assumiu que a Câmara contactou com “médicos, que estarão à espera da renovação do contrato de trabalho, e que se mostraram disponíveis para assegurar de imediato o serviço no SUB de Cinfães”.
Uma disponibilidade que o autarca socialista também disse existir nos “médicos recém-aposentados que terão demonstrado disponibilidade para assegurar turnos na escala do SUB” desse concelho no norte do distrito de Viseu.
Armando Mourisco assumiu ainda que “contactou o diretor executivo do SNS [Serviço Nacional de Saúde], Fernando Araújo, solicitando a resolução urgente da situação, tendo o mesmo informado que está a avaliar soluções urgentes para o problema, considerando a enorme relevância para os utentes”.
A oposição na Câmara, liderada pelo social-democrata Bruno Rocha, disse, num comunicado enviado à agência Lusa, que vai “pedir uma reunião com caráter de urgência ao diretor do Centro de Saúde de Cinfães e solicitar a rápida intervenção da Câmara Municipal de Cinfães na defesa dos interesses no concelho”.
No documento, Bruno Rocha referiu vários “problemas graves”, como as “longas horas de espera nas urgências” do Hospital Padre Américo, que serve o concelho de Cinfães e que se situa no concelho de Penafiel, distrito do Porto.
Neste sentido, defendeu que este encerramento do SUB “é mais uma consequência da incompetência do governo socialista, que nos últimos anos tem destruído o SNS”.
Exigiu a “rápida intervenção da autarquia na defesa dos interesses do concelho, sobretudo agora que o Município aceitou as delegações de competências também na área da saúde”.