O PSD assume, sem qualquer preconceito ou reserva, a opção pela abstenção. Uma abstenção de clarificação que revela a natureza dos socialistas. Uma abstenção que permitiria ao Governo e ao PS, a oportunidade e o dever de resolver o problema por eles criado ao longo dos anos. Não foi essa a opção. Preferiu-se a chicana política. Optaram pela habilidade partidária, em vez da responsabilidade política. Não se pode à 2ª, 4ª e 6ª anunciar o fim da austeridade e deliberar a redução nos passes para os transportes públicos de Lisboa e Porto e à 3ª, 5ª e sábado aumentar as portagens no interior do país, por uma questão de sustentabilidade das contas públicas.
O Partido Socialista, depois de, em 2010, ter introduzido as portagens nas antigas SUCTS, onde se incluem a A24 e A25, na passada sexta-feira, 8 de fevereiro, perdeu mais uma oportunidade para corrigir o erro e voltou a penalizara nossa região. Foi o único partido que chumbou, na Assembleia da República, os diplomas para a sua abolição. Desta vez, o descaramento foi mais dissimulado. Através de um expediente mesquinho e politiqueiro, os deputados do PS, eleitos pelo círculo eleitoral de Viseu e de outras regiões, com o beneplácito do habilidoso António Costa, procuraram alijar responsabilidades, votando contra as portagens na A24 e na A25, mas mantendo-as nas outras regiões e vice-versa. Pasme-se!! Parecia um carrossel em dia de feira: ora levanto eu, ora levantas tu, mas nunca te levantas tu e eu… Em política não pode valer tudo. Exige-se decência e ética na hora de assumir responsabilidades. Mais, exige-se respeito pela inteligência dos eleitores e, em particular, pela dos viseenses.
Infelizmente, a habilidade não é apenas socialista, também é extensível ao BE, ao PCP e Verdes que, hipocritamente envergonhados, apresentaram iniciativas para abolir as portagens, quando, um mês antes, tinham aprovado, conjuntamente com o PS, o OE 2019, com o maior aumento do valor portagens dos últimos anos. Mesmo assim, ainda se arrogam em paladinos da ética na vida pública. Já não há paciência para tanta mediocridade política.
Para acabar com esta manipulação insidiosa, vamos aos factos e aos protagonistas:
– O PS de Guterres, 1998,inventou as SCUTS (sem custos para os utilizadores, com fatura para os contribuintes que chegou com a troika em 2011);
– O PS de Sócrates, em 2010, introduziu as portagens nas 7 SCUTS e, mesmo assim, ainda arranjaram tempo para chamar a troika;
– O PS de Costa e os camaradas do BE, PCP e Verdes, em 2018, aprovaram o maior aumento dos custos das portagens no OE para 2019, com a A25 a ter o maior aumento do país e a A24 um aumento igual ao percurso entre Lisboa e Porto, só que para metade da distância;
– O PS de Costa, em 2019, chumbou a abolição das portagens em todas as antigas SCUTS, nomeadamente na A24 e A25.
Em suma, os factos e os protagonistas são fáceis de identificar: os custos para os contribuintes e utilizadores e três gerações de governos socialistas a enganar os portugueses.
O problema das portagens não se pode abordar com tamanha a ligeireza. É um problema que deve ser encardo como um todo. O que é mau para nós, também é mau para os outros. Se há vontade efetiva para resolver este problema através do Orçamento de Estado, não aumentando mais os encargos para os contribuintes, que se assuma esse compromisso de forma séria, transparente e para todos. Não se perca tempo em habilidades e manipulações que não levam a lado algum.
Os Deputados do PSD/Viseu