Dezoito funcionárias da Misericórdia de Viseu sem resposta sobre o seu futuro laboral

O encerramento do Centro de Acolhimento Temporário (CAT) da Misericórdia de Viseu deixou 18 funcionárias na incerteza do futuro, disseram hoje as trabalhadoras, que se manifestaram contra o possível despedimento, que foi transmitido verbalmente.

“Estamos a reivindicar a nossa colocação nas várias valências que a Santa Casa [da Misericórdia de Viseu] tem” porque a instituição “não é só CAT (…) tem muitos locais onde nos pode colocar e não querem. Sinto que é para nos descartarem”, disse Teresa Alves.

Esta funcionária da Santa Casa da Misericórdia de Viseu (SCMV) há 17 anos considerou a postura da entidade patronal como “uma desconsideração total e uma falta de respeito” pelas trabalhadoras, pois, afirmam, “há muita falta de pessoal nas várias valências” da instituição.

“As várias diretoras queixam-se da falta de pessoal e nós já soubemos, depois de nos dizerem que havia despedimentos, que foram realizadas entrevistas para recrutamento de pessoal para a Santa Casa e nós viemos para a rua”, explicou Teresa Alves.

A maior parte das trabalhadoras juntou-se hoje em frente às instalações onde funciona o CAT, cujo encerramento se tornou público em setembro e, das 17 crianças que acolhia, “as últimas três foram retiradas hoje para famílias de acolhimento”.

“Ainda não recebemos nada por escrito e amanhã vamos todas para o local de trabalho, mas não sei fazer o quê, porque não há mais crianças para cuidar. Vou ocupar o meu posto de trabalho e depois não faço ideia”, sublinhou Teresa Domingos

As trabalhadoras adiantaram aos jornalistas que “foi o pior Natal” das suas vidas, não só porque tiveram de “abandonar a família”, como, pelo que “foi dito em conversa por alguém da instituição, o futuro seria o despedimento, isto a dias do Natal”.

“Deram-nos a escolher a cessação do posto de trabalho ou o despedimento coletivo, mas não escolhemos, é a Casa que deve escolher, não eu. Sou contra o despedimento, eu e as minhas colegas (…) porque há valências onde podemos ser recolocadas”, sustentou.

Teresa Alves defendeu ainda que o CAT “não era uma instituição, era uma família e esta era a casa das crianças e, de um momento para o outro, foram distribuídas por novas valências onde as crianças não conhecem um rosto nem um amigo”.

“Há crianças que estavam aqui desde bebés e agora têm oito e nove anos e foram embora, de um momento para o outro”, acrescentou Teresa Alves.

O representante do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro, presente na manifestação, esclareceu os jornalistas que notificou, em novembro, a SCMV, mas até ao momento ainda está sem resposta.

“E isso também indigna estas trabalhadoras, esta falta de diálogo. Amanhã deixa de haver crianças nesta valência e às 18 trabalhadoras nada foi dito em relação ao dia de amanhã”, reforçou Afonso Figueiredo.

Para o sindicalista, a recolocação das funcionárias noutras valências da instituição seria, “do ponto de vista legal, o caminho correto, mas também do ponto de vista social, a Misericórdia, com quase duas dezenas de valências, o poderia fazer”.

“Poderia recolocar uma trabalhadora em cada uma das valências que tem, até porque há a necessidade de reforçar o quadro de pessoal no seu conjunto. A própria Misericórdia contratou no final da semana passada novos trabalhadores”, apontou Afonso Figueiredo.

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