A Aldeia Cultural na Lapa do Lobo, em Nelas, regressa a partir de dia 22 para a segunda edição, com música, cinema, exposições, conversas, oficinas e um teatro de rua, disse hoje à agência Lusa a organização.
“A novidade, este ano, é o teatro de rua feito por crianças e jovens que frequentam a oficina de teatro do nosso serviço educativo, com a Companhia Radar 370, e vão fazer a apresentação pública durante o fim de semana”, anunciou Sónia Simão.
A coordenadora geral da Fundação Lapa do Lobo, entidade que organiza, em parceria com a escola de música Contracanto, adiantou à agência Lusa que esta segunda edição conta também com “mais exposições, tanto na galeria da fundação como na rua”.
Da programação, de dia 22 a dia 24, fazem parte também sessões de cinema, um deles um documentário de Tiago Pereira.
“O filme ‘O povo que conto’ resulta de um projeto que durou um ano e que foi feito para a primeira edição da Aldeia Cultural, em 2018. Nasce de entrevistas feitas às pessoas, principalmente as mais velhas, da Lapa do lobo”, contou.
Sónia Simão acrescentou que haverá também oficinas de canto, de cerâmica, de rendas de bilro, oficinas de provas de vinho e com a “possibilidade da realização do seu próprio vinho”, concertos de música, apresentações de livros e sessões de contos.
“Vamos também recriar as nossas ‘pasteleiras’, ou seja, vamos fazer passeios com as velhas bicicletas, e ainda um concurso de espantalhos. Desafiámos os habitantes a juntarem-se e a fazerem um espantalho que iremos distribuir pelas ruas, com um prémio para o melhor”, disse.
Durante esses dias, também estão agendadas conversas em torno da cultura e do interior do país, assim como um ‘rally paper’, que “obriga as pessoas a circularem” pela aldeia.
Esta responsável defendeu que “os participantes acabam por conhecer melhor a aldeia” com este jogo, porque terão de “pesquisar dados históricos e geográficos da Lapa do Lobo” e terão também de “interagir com os habitantes para fazerem algumas perguntas”.
“A nossa preocupação principal foi a de não centralizar, mas sim levar a cultura para fora de portas”, admitiu Sónia Simão.
Assim, há atividades na Fundação Lapa do Lobo e na sede da Contracanto, mas “a grande maioria” será na rua, “em especial o jardim público no coração da aldeia”, que é sede de freguesia.
“Os jogos tradicionais, os jogos do Hélder, concertos, oficinas e espetáculos de magia serão realizados no jardim público, assim como o pátio da alimentação, com os petiscos da aldeia, que vão decorrer no mesmo espaço”, especificou.
O projeto Aldeia Cultural estreou em 2018 e deveria acontecer de dois em dois anos, mas, devido à pandemia de covid-19, em 2020 não se realizou e, este ano, Sónia Simão espera o sucesso da edição de lançamento e cumprir com o objetivo.
“O objetivo mantém-se, ou seja, envolver a aldeia, não só as pessoas como os espaços, e dar a conhecer a Lapa do Lobo, inclusive demos a conhecer casas mais antigas da aldeia, com lagares em pedra. Esperamos muitos visitantes, depois da primeira edição ter superado largamente as nossas expectativas. Tivemos na ordem dos três mil visitantes, o que foi uma surpresa”, assumiu.