A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) apontou “graves defeitos, omissões e opções centralistas” à “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020– 2030”, divulgou hoje a entidade.
Na tomada de posição sobre o documento, no âmbito da discussão pública promovida pelo Governo, a CIRA nota a “falta de aposta concreta na coesão territorial à escala nacional” e de “um quadro de investimentos base que permita enquadrar as opções estratégicas assumidas”.
“A Cultura tem referências muito ténues e as candidaturas de (para já sete) cidades portuguesas a Capital Europeia da Cultura 2027 trazem uma oportunidade de enorme relevância nacional”, observa a CIRA.
A comunidade regional defende “a aposta e investimento na Cultura, como instrumento de coesão territorial, de desenvolvimento e de atratividade dos territórios” e propõe que sejam feitos investimentos “em equipamentos e programação culturais de referência”.
A rede ferroviária e a rede portuária são outras das áreas que merecem reparos no parecer da CIRA, propondo a execução do corredor ferroviário Aveiro, Viseu (troço novo), Guarda, Salamanca e a alteração para a bitola europeia.
Em termos portuários, é referida a necessidade de dar continuidade ao desenvolvimento das infraestruturas do Porto de Aveiro, nomeadamente no que respeita à acessibilidade marítima.
Quanto à qualificação de infraestruturas de saúde, a CIRA salienta que o Governo deve “assumir a resolução de problemas de estruturação e desequilíbrio de várias estruturas do Serviço Nacional de Saúde (SNS), evidenciados ainda mais pelo combate à pandemia”.
Reinvidica, por isso, “a ampliação e qualificação do Hospital Infante D. Pedro, no quadro do Centro Hospital do Baixo Vouga (CHBV), com a criação de uma nova Unidade de Consulta Externa e um Centro Académico Clínico, e a qualificação dos Hospitais de Águeda e Estarreja”.
Em causa está a “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030”, documento que servirá de base ao plano que o Governo irá apresentar à Comissão Europeia, em outubro, elaborado por António Costa Silva, cuja fase de consulta pública já terminou.