O presidente da Câmara Municipal de Lamego disse hoje à agência Lusa que “justifica-se, mais do que nunca”, a criação de uma residência para estudantes na cidade, tendo em conta a falta de quartos para alugar.
“Estamos a trabalhar para ter uma residência para estudantes bolseiros e que queremos que tenha entre 40 e 50 camas, que se situe no centro histórico e instalada num edifício a reabilitar. Estes são os nossos princípios e é neste âmbito que estamos a trabalhar”, esclareceu Francisco Lopes.
O autarca adiantou à agência Lusa que, para este projeto avançar, a Câmara de Lamego e o Instituto Politécnico de Viseu (IPV), ao qual pertence a Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) de Lamego, celebraram um protocolo, para fazer “uma candidatura ao PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] que apoia projetos desta natureza”.
“Não tem sido fácil encontrar imóveis com a dimensão necessária para acolher uma residência, mas estamos à procura e, depois de construída, ela será explorada pelos serviços sociais do IPV, daí também o protocolo”, explicou.
A residência, que o autarca admitiu que “gostava que estivesse pronto até ao primeiro trimestre de 2024”, ainda não tem também o investimento definido, mas Francisco Lopes estima que tenha “um limite de 30 mil euros por cama, ou seja, irá até 1,2 a 1,5 milhões de euros”.
“Estas 40 a 50 camas são muito importantes, principalmente, para os bolseiros, porque estamos sem alojamento na cidade, nem quartos, nem casas, nem apartamentos para alugar e estudantes com menos capacidade económica têm uma dificuldade muito grande em arranjar alojamento e esta residência justifica-se mais do que nunca”, sublinhou.
Francisco Lopes disse que, atualmente, são cerca de 600 os alunos que frequentam o ensino superior em Lamego, muitos dos quais “são trabalhadores-estudantes”, que “moram no concelho ou em concelhos vizinhos e esses deslocam-se diariamente de casa para a escola”.
“Ou seja, são uns 400 estudantes que precisam de alojamento. Entre estes há dois tipos: os bolseiros e os não bolseiros”. A residência “destina-se aos que são bolseiros”, indicou o autarca.
O protocolo com o IPV, justificou, “é também porque é a entidade que melhor conhece a realidade da sua comunidade escolar e é responsável pela análise e gestão dos pedidos de bolsas” por parte dos alunos.
Esta colaboração com o IPV visa, “em primeiro lugar, ajudar a criar condições para acolher mais estudantes no concelho e, consequentemente, a criar bases para que no futuro, estes mesmos jovens queiram aqui fixar-se”, acrescentou.