O presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus, vai nas próximas eleições autárquicas recandidatar-se a um terceiro mandato pelo PSD, mantendo na sua lista apenas um dos atuais vereadores.
A Comissão Política do PSD anunciou ter aprovado esta semana, “por unanimidade e após um processo maturado e participado”, os primeiros candidatos às eleições autárquicas de 26 de setembro.
Professor de matemática do ensino secundário, José António Jesus foi vereador entre 2001 e 2005 e neste ano assumiu as funções de vice-presidente. Nas autárquicas de 2013, com Carlos Marta impedido de se recandidatar devido à lei de limitação de mandatos, foi o nome escolhido pelo PSD.
A lista do PSD à Câmara de Tondela integra também Sofia Ferreira (atual vereadora), Carla Borges, João Carlos Figueiredo, João Duarte, Vera Machado e Francisco Fonseca.
“Num tempo de crises globais e locais, de dificuldades económicas e sociais e de afastamento dos cidadãos para com os políticos, em que outros preferem a intriga e maledicência, o PSD de Tondela responde assim pela positiva, mobilizando os melhores, com coesão, altruísmo e total desprendimento de cada um, para o combate pelo concelho de Tondela e pelas suas gentes”, considera a estrutura partidária.
No seu entender, “as listas de candidatos apresentadas agora seguem a boa tradição das candidaturas autárquicas do PSD de Tondela, combinando experiência e renovação, qualidade e diversidade, união partidária e abertura à sociedade civil, credibilidade e representatividade”.
O candidato do PSD integra a lista de dezenas de autarcas que foram neste mandato acusados por corrupção, negócios imobiliários duvidosos e abuso de poder, entre outros, em processos judiciais que se arrastam, na maioria, sem desfecho à vista, a cerca de dois meses das eleições autárquicas.
José António Jesus e Pedro Adão, atuais presidente e vice-presidente do município de Tondela, começaram, em dezembro de 2020, a ser julgados no Tribunal de Viseu pelos crimes de peculato e falsificação de documento, que terão ocorrido entre 2010 a 2017.
Segundo a acusação, em causa está o pagamento de ajudas de custo por deslocações efetuadas em viaturas próprias que terão sido realizadas em veículos do município.
Na primeira sessão do julgamento, José António Jesus justificou o facto de ter recebido pagamentos indevidos por deslocações em viaturas próprias com a interpretação feita pelo serviço de Recursos Humanos à forma como eram preenchidos os boletins de itinerário.
José António Jesus e Pedro Adão foram acusados pelo Ministério Público em dezembro de 2019. No início desse ano, durante uma reunião de Câmara, os autarcas anunciaram que já tinham devolvido o dinheiro recebido indevidamente: o primeiro entregou 11.099,76 euros e o segundo 10.144,68 euros.
Nas autárquicas de 2017, o PSD obteve 57,49% dos votos (cinco mandatos), enquanto o PS conquistou 23,25% (dois mandatos).
No concelho, são já conhecidas as candidaturas de Francisco Coutinho (PS) e Manuel Veiga (CDU).