Declarações após o jogo Tondela-FC Porto (3-1), da 31.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado ontem no Estádio João Cardoso, em Tondela:
Natxo González (treinador do Tondela): “Um treinador tem de retirar as coisas boas e más [de um jogo]. Competimos muito bem e o jogo desnivelou-se por um canto, que era a única maneira de o FC Porto fazer danos até ao momento, porque não estava a criar situações de golo, exceto na bola parada. É muito poderoso e seguiu em frente.
Tivemos uma grande capacidade de reação e estivemos tão perto de poder empatar, portanto, o importante era competir bem como estamos a fazer e, se somássemos algo, seria uma bomba emocional e se não, pois, mantemos a tranquilidade.
Não ficamos frustrados, porque hoje era muito difícil pontuar com o FC Porto. De qualquer maneira, era muito difícil o Tondela conseguir ‘sacar’ algum ponto.
Hoje, estava claro que não íamos ‘sacar’ nada daqui, mas o objetivo é seguir e fazer o que temos estado a fazer, acredito que o futebol nos vai dar o que estamos a merecer, apesar de agora ainda não nos ter dado, portanto, é seguir na mesma, competir e não sair daqui frustrados, pelo contrário.
[Sobre a “habitual” chegada às últimas jornadas sem a manutenção garantida] Somos os mais pequeninos da I Liga. Cada ano é o mesmo e a cada ano vamos brincando com o fogo, até o dia em que nos poderemos queimar. Temos de ser mais ambiciosos e não aceitar o que temos, porque, quem sabe, vais brincando com o fogo, vais brincando e acabas por te queimar. Acredito que a equipa vai sofrer até ao final e esperemos que consiga os pontos necessários, porque a tranquilidade que tenho é pela forma como competimos, sempre a dar a cara pelas debilidades e defeitos, mas também temos coisas muito boas.”
Sérgio Conceição (treinador do FC Porto): “Percebemos o que estava a acontecer em campo, com a mudança da estratégia e estrutura das equipas que jogam contra nós, mas isso não podemos controlar, os treinadores têm a liberdade para fazerem aquilo que bem entenderem, agora cabe-nos a nós encontrar soluções para tentar desmontar aquilo que é o processo das equipas adversárias.
À medida que vamos encontrando equipas que lutam por objetivos e que dependem de cada ponto um ponto, que é importante para esses mesmos objetivos, é normal que encontremos dificuldades, porque não jogamos sozinhos.
Mais uma vez foi uma resposta fantástica da minha equipa, num jogo não muito espetacular, mas bem disputado.
É verdade que quando fizemos o 2-0 podíamos e devíamos ter um bocadinho mais de bola, mas também é normal, uma equipa como o Tondela, que tem qualidade, (…) o lugar deles não reflete aquilo que é a qualidade desta equipa em termos individuais e coletivos.
Em relação ao Marega está tudo resolvido. Não há caso, não há questão. Houve um mal-entendido antes da marcação do penálti, entretanto, já tive oportunidade de estar com o grupo no balneário e está resolvido. Não há questão, não há problema.
Vai ser uma viagem [de regresso ao Porto] tranquila e a pensar no Sporting. Temos treino amanhã [sexta-feira] e temos alguns jogadores fora e o meu trabalho é esse preparar as coisas que controlo.
Temos unidades de treino só para situações de bola parada e depois há quem não goste muito de ouvir isso e pense que nós só somos de bola parada. Não é nada disso. Nós fazemos golos de todas as maneiras, como aconteceu no último jogo com o Belenenses.
Penso que a equipa do FC Porto tem sido a mais completa do campeonato.”