O major-general Carlos Chaves defendeu hoje que as Forças Armadas “precisam de um rumo”, que deve ser assumido depois de se saber o que os portugueses esperam delas.
“As Forças Armadas são uma instituição do Estado e deve ser evitado que sejam sujeitas a alterações profundas de quatro em quatro anos”, afirmou aos jornalistas o major-general, presidente do conselho de fundadores da Associação Viriatos.14, de Viseu.
Questionado pelos jornalistas sobre as verbas do Orçamento de Estado para a Defesa, Carlos Chaves, que também é secretário-coordenador do movimento “Militares pela Verdade”, disse que “o problema não é a falta de dinheiro, é gerir o dinheiro, administrar o dinheiro”.
“Não é mal gerido”, esclareceu o general, acrescentando que o que é preciso é as Forças Armadas terem “um rumo”.
“Precisamos, em primeiro lugar, de saber o que é que os portugueses querem de nós, para depois dizermos aos políticos o que é que precisamos para fazermos aquilo que os portugueses esperam de nós”, explicou.
Nesse âmbito, é preciso “ouvir o povo primeiro”, o que considerou que não tem acontecido em campanhas eleitorais.
“As Forças Armadas são caras. Para serem boas, são caras”, frisou.
Lembrando que, além de militar, é um cidadão que paga impostos, Carlos Chaves disse que, na sua opinião, a lista de prioridades deve começar na Educação, seguir com a Saúde e a Justiça e só depois as Forças Armadas.
“Não as ponho em primeiro lugar. Mas temos que ter um lugar e temos que ter um rumo”, realçou.
No seu entender, não se pode andar de quatro em quatro anos a dizer: “agora é para a direita, depois é para a esquerda, depois é para cima, depois é para baixo”.
“As instituições, sejam as Forças Armadas, a diplomacia, os tribunais, têm que ter uma constante”, sublinhou.
O major-general falava aos jornalistas durante uma visita do Chefe do Estado Maior da Armada, almirante Gouveia e Melo, às instalações da Associação Viriatos.14, no Palácio dos Silveira, na Rua Direita, que foram remodeladas e serão inauguradas a 11 de novembro.
Questionado se gostaria que Gouveia e Melo fosse candidato a Presidente da República, o general respondeu apenas: “É o tempo de Portugal ter como Presidente da República um português normal”.