O festival Karma, dedicado à música independente, volta este ano a ter como cenário a Mata do Fontelo, em Viseu, permitindo ao público um encontro entre a natureza e as artes, de 02 a 05 de setembro.
Em 2020, devido à covid-19, a Mata do Fontelo recebeu um evento à medida da realidade então vivida, chamado ironicamente “Karma is not a fest”, lembrou hoje o diretor artístico do festival, Nuno Leocádio, durante a apresentação da programação.
Este ano, o objetivo foi “redefinir o Karma como se fosse a primeira vez”, porque continuam a existir restrições não só por causa da pandemia, mas também da Mata do Fontelo, “que tem tanto de monumental, como de frágil”, justificou.
Nuno Leocádio disse aos jornalistas que a cooperativa cultural organizadora do festival, que tem sede no espaço Carmo’81, encara esta situação com “positividade”.
“Se isto fosse algo prejudicial não o faríamos”, garantiu, acrescentando que este evento, a cada ano, representa a emotividade de saber que a cooperativa continua “a fazer não por fazer”, mas pelas responsabilidades que tem para com os artistas e “quem se alimenta da cultura”.
O responsável avançou que as atividades musicais acontecerão no largo principal da Mata do Fontelo e, as restantes, nas proximidades.
A programação do Karma inclui concertos de A Azenha, Marlow Digs, Club Makumba, Cabrita, Yakuza, Bardino, Dada Garbeck e Amaterazu.
Nuno Leocádio disse que o concerto de A Azenha, que abre o festival Karma, “define muito o que o Carmo’81 é: música com cenário, com ilustração, com vídeo”.
Serão também apresentadas criações como os Estranhofones, de Samuel Martins Coelho e César Estrela, e o livro de fotografias de concertos de Rafael Farias.
Segundo Nuno Leocádio, irá também realizar-se a Oficina de Criação Musical, com João Pedro Silva, e será apresentada a Escola do Rock de Paredes de Coura.
Uma exposição de fotografia de Rafael Farias e a realização de um filme que é uma experimentação visual e sonora sobre os pressupostos de uma mata centenária, produzido e realizado pelos Supermoon, também fazem parte da programação.
O festival Karma conta com 50 mil euros de apoio financeiro do município de Viseu.
Nuno Leocádio realçou que setembro será um mês muito importante para o espaço Carmo’81, situado no centro histórico de Viseu e que, devido à pandemia, tem tido a atividade ao público parada.
“O Karma representará a alavanca que irá reabrir o Carmo”, afirmou, deixando o compromisso de que, a partir daí, irá “voltar a ter atividade cultural regular, seja para 20 pessoas, seja ‘on line’”.
O Carmo’81 tinha uma programação regular desde agosto de 2015.