A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS) vai organizar na quinta-feira várias ações de luta, em cinco distritos do país, para alertar para os direitos dos trabalhadores e para os despedimentos no setor, devido ao contexto pandémico.
“Amanhã [quinta-feira], procuramos dar uma maior expressão àquilo que hoje são os problemas e reivindicações dos trabalhadores dos transportes e das comunicações: a perda de postos de trabalho de um conjunto de setores”, avançou à agência Lusa o coordenador da FECTRANS, José Manuel Oliveira.
De acordo com o dirigente sindical, as ações programadas para Lisboa, Braga, Guimarães (Braga), Coimbra e Faro servirão para demonstrar o descontentamento relativamente aos problemas que existem em algumas empresas de transportes de passageiros e mercadorias, de transportes ferroviários e fluviais e no setor do táxi.
Na quinta-feira, segundo José Manuel Oliveira, vão ser abordas questões da contratação coletiva, da defesa dos postos de trabalho e dos direitos dos trabalhadores.
“[…] Os trabalhadores dos transportes e das comunicações estão na linha da frente e também merecem ter medidas concretas para a proteção individual e garantir melhor proteção naquilo que é o serviço público que oferecido por estas empresas”, salientou.
O coordenador da FECTRANS alertou também que se tem verificado, com a alteração do setor rodoviário de passageiros, que “estão a aparecer empresas novas no âmbito dos concursos públicos de atribuição às concessões”.
José Manuel Fernandes lembrou ainda que as ações de luta são de caráter simbólico, devido às medidas impostas durante o estado de emergência, por causa da pandemia da covid-19.
“São ações muito simbólicas tendo em conta as medidas a que estamos sujeitos e estamos de acordo, no sentido de garantir a proteção das pessoas. Vamos realizar ações mais do ponto de vista simbólico com poucos trabalhadores em cada local para não termos grandes ajuntamentos, nem situações que possam pôr em causa a saúde pública”, explicou.
As iniciativas da FECTRANS inserem-se na jornada de luta convocada pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN), para quinta-feira, em 15 distritos (Faro, Aveiro, Beja, Braga (Guimarães), Coimbra, Évora, Guarda, Leiria, Lisboa, Porto, Portalegre, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo e Viseu) e no Funchal (Madeira).
“Não estamos em fase de grandes mobilizações, mas estamos na fase de termos, de alguma forma, expressão daquilo que são os problemas que vamos vivendo e que em alguns casos se têm agravado com situação pandémica que atravessamos”, acrescentou José Manuel Oliveira.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.486.116 mortos no mundo, resultantes de mais de 112 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.136 pessoas dos 800.586 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.