Estreias e espetáculos internacionais no Teatro Viriato numa temporada marcada pela liberdade

O Teatro Viriato, em Viseu, vai acolher duas estreias de coproduções de companhias do distrito e dois espetáculos internacionais com datas únicas em Portugal, durante uma temporada marcada pela premissa da liberdade.

Este ano, assinalam-se 25 anos de programação ininterrupta do Teatro Viriato e também os 50 anos do 25 de Abril de 1974.

“Essas duas datas estiveram sempre presentes enquanto pensámos a programação”, disse hoje o diretor artístico do Teatro Viriato, Henrique Amoedo, durante a conferência de imprensa de apresentação da temporada de fevereiro a julho.

O programa, no entanto, não tem momentos “que pontuem especificamente a liberdade ou o 25 de Abril”, mas “a liberdade está presente em tudo o que o Teatro Viriato faz e apresenta”, acrescentou.

A programação até julho inclui 49 projetos, 29 espetáculos, nove momentos de formação, onze residências e 13 coproduções, duas das quais se irão estrear no palco do Teatro Viriato, nomeadamente “Mãe”, da Mochos no Telhado (23 de fevereiro), e “Corpo Título”, da Amarelo Silvestre (10 de maio), ambas companhias do distrito de Viseu.

“Tanto uma como outra falam do corpo e da condição da mulher. É uma preocupação do Teatro Viriato olhar para temas sociais, olhar para a diferença”, frisou.

Henrique Amoedo avançou que no espetáculo “Mãe” são abordadas “as diferentes fases por que passa uma mulher desde que engravida até quando tem o filho”, através da recolha de depoimentos de várias mulheres, enquanto o processo de criação de “Corpo Título” aconteceu em várias fases de residência, nas quais “o corpo foi observado enquanto objeto de manifestação social”.

O responsável destacou igualmente as onze residências artísticas que ocupam as salas do Teatro Viriato, uma das quais resultou no espetáculo “Paisagens Inúteis”, de Vanda Rodrigues, que será apresentado em junho, na Mata do Fontelo.

Mas o Teatro Viriato quer também dar oportunidade ao público de assistir a espetáculos internacionais, que serão seis nesta temporada, dois dos quais com data única em Portugal.

Um deles é o concerto da artista venezuelana ‘La Chica’ com o álbum “La Loba”, que fará a abertura da temporada, a 03 de fevereiro, iniciando as celebrações dos 25 anos do Teatro Viriato.

“Foi apontada pela crítica como a nova estrela da música pop internacional, mas infelizmente teve algumas desventuras por causa da pandemia e a sua carreira está a ser retomada agora”, explicou Henrique Amoedo.

Também com data única em Portugal, no dia 27 de abril será apresentado o espetáculo “Sonoma”, de Marcos Morau e da companhia espanhola La Veronal que, segundo o responsável, “é uma das principais companhias de dança do mundo”.

Em palco, será crucificada e retirada da cruz uma mulher, e nove intérpretes recitarão bem-aventuranças evangélicas, num espetáculo “muito forte e muito emocionante”, acrescentou.

Henrique Amoedo referiu que no espetáculo “Sonoma” mais uma vez a mulher estará em cena, o que relacionou com o facto de “a conquista da liberdade ser, ou não ser, tão presente para as mulheres desde o 25 de Abril”.

“Liberdade que, às vezes, pode ser muito frágil”, considerou o responsável, acrescentando que o facto de nem sempre essas conquistas estarem garantidas está presente “nos questionamentos desta programação”.

Outro exemplo disso é apresentado, segundo o diretor artístico do Teatro Viriato, através do espetáculo “BU!”, da brasileira Vanessa Garcia (23 e 25 de maio).

Em cena estará uma boneca com inteligência artificial que é “perfeita, com um corpo de silicone aquecido, com uma pele super macia, sempre ao dispor de todos para cumprir os desejos”, mas que alerta para “a utilização do corpo da mulher como um objeto”, contou.

Um mês depois, o Parque de Santiago acolherá “B.O.B.A.S. – Banda Orquestral de Cerimónia Funeral”, da companhia espanhola Jimena Cavalletti, que promete muita diversão.

Henrique Amoedo realçou o facto de nesta temporada regressarem à programação do Teatro Viriato mais de 20 artistas que marcaram a sua história, exemplificando com o coreógrafo Rui Horta que, junto com os Micro Áudio Waves, apresentará “Glimmer” (01 e 02 de março), com “muita dança, muita música e muita tecnologia, sem perder a humanidade e a proximidade das pessoas”.

Também Sara Barros Leitão regressará a Viseu para apresentar o seu “Guião para um país possível” (19 e 20 de abril).

“Tenho a certeza absoluta de que esta é uma programação de liberdade, democrática e inclusiva”, frisou o diretor artístico do Teatro Viriato.

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