Covid-19: Apoio à economia é ainda "muito tímido e claramente insuficiente"

As medidas de apoio à economia do Governo face à pandemia de covid-19 vão no “sentido positivo”, mas são “muito tímidas e claramente insuficientes” devido à gravidade da situação, defendeu o presidente da Confederação do Comércio e Serviços (CCP)­.

“A linha de medidas do Governo vai no sentido positivo, mas achamos que são muito tímidas e claramente insuficientes para tudo o que se vai passar em Portugal nos próximos tempos”, afirmou o presidente da CCP, João Vieira Lopes, em declarações à Lusa, a propósito das medidas anunciadas na sexta-feira pelo Governo de apoio à economia.

Lembrando que em países como Espanha, Itália ou França, os planos de apoio à economia envolvem mais ou menos 15% do Produto Interno Bruto (PIB), João Vieira Lopes disse não compreender que, “tendo em conta a gravidade da situação”, em Portugal sejam apenas de cerca de 4,5% do PIB.

“Por isso, pensamos que as medidas estão demasiado tímidas, são positivas, mas não vão ajudar tanto como deveriam ajudar”, salientou.

Na sexta-feira, o Governo anunciou um conjunto de medidas de apoio social e económico devido à pandemia da covid-19, nomeadamente a prorrogação automática do subsídio de desemprego, do complemento solidário para idosos e do rendimento social de inserção, bem como o adiamento para o segundo semestre do pagamento do IVA e do IRC, que teria de ser pago nos próximos meses, para garantir a atividade das empresas e postos de trabalho.

Outra das medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, António Costa, foi a suspensão do prazo de caducidade dos contratos de arrendamento de casas que viessem a caducar nos próximos três meses.

O primeiro-ministro disse ainda que “a medida mais eficaz para apoiar o rendimento das famílias é garantir emprego” e, por isso, só as empresas que garantirem manutenção de postos de trabalho podem aceder a linhas de crédito.

Sobre a linha de crédito, o presidente da CCP disse ser “uma medida expectável”, mas alertou que o tempo de recuperação dos setores vai ser diferente,

Como exemplo, João Vieira Lopes falou do comércio não alimentar, como o comércio de roupa, sapatarias, entre outros, em que “a situação vai ser dramática” e que tem cerca de meio milhão de trabalhadores.

“A partir do momento em que fecha o negócio cai radicalmente e, por isso, não têm receitas”, salientou, destacando ainda a situação dos cabeleireiros, onde trabalham entre 30 a 40 mil pessoas, e que foram encerrados.

“Por isso, fizemos uma crítica muito forte ao Governo pelo facto de, na sua proposta inicial feita durante a semana, se terem cingido a três ou quatro setores, esqueceram-se praticamente de 200 mil empresas e 1,7 milhões de trabalhadores”, acrescentou.

  Relativamente às medidas fiscais, o presidente da CCP disse serem também positivas, mas insistiu que é necessário “ir muito mais além”.

“Vai ser difícil manter o número de trabalhadores, mais do que os despedimentos vão ser os encerramentos”, afirmou, recordando que das 400 mil empresas que existem em Portugal, só cerca de 1.500 são de média ou grande dimensão.

E, referiu, das outras empresas, algumas com menos de 10 pessoas, muitas “não têm capacidade de resistir”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 290 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 12.700 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, há 12 mortes e 1.280 infeções confirmadas.

O número de mortos duplicou hoje em relação a sexta-feira e registaram-se mais 260 casos no mesmo período.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.

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