‘Viseu à Prova’ é o décimo sétimo livro editado pela Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’. A apresentação esteve prevista para Abril, mas devido à situação que o mundo atravessa só este mês foi possível dar a conhecer esta obra, no âmbito do programa do “Cubo Mágico” que decorre em Viseu até 21 de Setembro.
Editado com o apoio do programa ‘Viseu Cultura’, da Câmara de Viseu, o livro é, segundo Jorge Sobrado “um estímulo à descoberta dos sabores da Beira”. Com autoria de Joana Barros, o ‘Viseu à Prova’ contou com a colaboração de diversas personalidades ligadas ao vinho e à gastronomia, mas também às tradições populares da Beira Alta.
“É um livro especial, que tem a ver com a nossa gastronomia”, salientou o Almoxarife da Confraria Grão Vasco. José Ernesto Silva realçou o trabalho da autora, mas também de todos quantos colaboraram nesta publicação, numa “abordagem diferente à nossa gastronomia, às nossas receitas tradicionais e às nossas tradições”. O responsável da Confraria refere que “há páginas do livro onde as pessoas podem escrever as suas receitas ou tomar notas sobre um prato que comeram num restaurante e que lhes deixou água na boca. No futuro pode ter um livro de receitas que ela própria ajudou a elaborar”. Para José Ernesto Silva “é importante esta divulgação, porque Viseu é o coração da gastronomia portuguesa”.
O Almoxarife adiantou que a Confraria ‘Grão Vasco’ irá em breve lançar uma nova publicação. O “Baú de Encantos – Saberes e Sabores da Literatura Oral” tem autoria Odete Madeira e Rui Figueiredo, “fala das nossas tradições populares e é um livro que tem muito trabalho de investigação na área da nossa cultura popular”.
Já a autora do ‘Viseu à Prova’ destacou os três elementos que estiveram na génese do livro, e que são “a gastronomia, o turismo e as emoções”, bem como “a experiência que se vive nos destinos que se visitam”. “Foi a junção destes três elementos que decidi avançar, com o indispensável apoio da Confraria”, referiu Joana Barros, que destacou as pessoas que colaboraram na sua criação.
A autora considera que este “não é um livro para se pegar e ler, mas sim para ser preenchido pelo utilizador, porque nos leva para além do que estamos a ler e coloca-nos em contacto com as nossas emoções, com os sabores e as cores da comida, mas também de forma a vivenciarmos uma experiência gastronómica”.
Joana Barros adiantou que está a pensar já num novo livro. “Gostava de adaptar este conceito, de uma forma mais completa, a todas as áreas do turismo, nomeadamente toda a envolvência de visitação de um destino”.
Esta obra “vem preencher uma lacuna na cidade de Viseu e mesmo na Beira Alta”
Na apresentação do livro o vereador com o pelouro da Cultura da Câmara de Viseu começou por referir que “esta obra vem, de algum modo, preencher uma lacuna da cidade de Viseu, e mesmo na Beira Alta, relacionada com um estímulo à descoberta dos sabores da Beira, afirmou Jorge Sobrado, salientando que este livro “não é um inventário, uma carta gastronómica ou um receituário, mas sim um guia de experiência, que, de certa forma, guia e orienta turistas e visitantes, mas também os viseenses, que queiram ter uma descoberta qualificada, orientada e assistida áquilo que é a nossa gastronomia e o nosso património à mesa”.
O livro está dividido por capítulos, que vão desde os queijos, aos vinhos, aos pratos principais e às sobremesas. Há uns painéis e referências que orientam o leitor, o visitante, o turista ou o viseense “para descobrir aquilo que constitui a paleta dominante dos sabores e das experiências dos produtos da terra”, acrescentou o vereador da Cultura, sustentando que é também “um ‘gancho’ para se continuar a falar da gastronomia de Viseu, que tem no país e no mundo pergaminhos muito conhecidos”.
Jorge Sobrado recordou que este trabalho “resulta também de um repto que lançamos em 2018, – na altura em que se assumiu e elegeu Viseu como Destino Nacional de Gastronomia, – a um conjunto de especialista e atores culturais, para que se desenvolvesse conhecimento e promoção daquilo que é a identidade gastronómica de Viseu à Prova”. Nesse âmbito, acrescentou Jorge Sobrado, “está a ser concluída a Carta Gastronómica de Viseu, o tal inventário que será uma obra de referência que vai das origens até às práticas atuais gastronómicas de Viseu. Faz uma reconstituição histórica, das condições de solo e clima do concelho de Viseu e da sua envolvente, do nosso receituário tradicional, mas é também uma viagem histórica até aos nossos dias”. A Carta Gastronómica de Viseu abordará as sobremesas conventuais ou das origens mitológicas do Rancho à Moda de Viseu, até às práticas da comida vegetariana, mas com os produtos da terra beiraltinos, com a nossa identidade”.
O responsável pela área da Cultura na autarquia viseense adiantou que “há outros trabalhos que estão a ser desenvolvidos no âmbito do Viseu Cultura, subordinados a esta área. É um conjunto de trabalhos que são um ‘ecrã’ para se falar da gastronomia de Viseu e de um património cultural imaterial que é muito importante e que permite também um acervo de ciência e conhecimento”, sustentou Jorge Sobrado.
A terminar Garcia Mendes, presidente do Conselho Consultivo da Confraria Grão, realçou “o trabalho desenvolvido pelo Almoxarife José Ernesto Silva, para arranjar apoios e dinamizar as actividades da Confraria”, agradecendo também à Câmara de Viseu, nas pessoas do presidente Almeida Henriques, e do vereador Jorge Sobrado, “o apoio dado às actividades da confraria, nomeadamente na edição de livros sobre a nossa cultura e tradições populares”.
De referir que a Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’ tem confrarias-irmãs no Rio de Janeiro e Manaus, no Brasil; Zurique e Sierre, na Suíça, e Toronto, no Canadá, tendo em fase de organização novas confrarias na Flórida, nos Estados Unidos, e Marly le Roy, em França. Grande parte das publicações editadas pela Confraria são oferecidos às comunidades portuguesas onde está representada.
O livro ‘Viseu à Prova’ pode ser adquirido pelos interessados na Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’.
José Luís Araújo