Dezoito dos [19] municípios da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra vão implementar até agosto um serviço de transporte de passageiros a pedido, que foi ontem apresentado em Vila Nova de Poiares, no distrito de Coimbra.
O SIT FLEXI (Transporte Flexível a Pedido) tem como objetivo principal colmatar limitações ao nível do acesso ao transporte público convencional, oferecendo acessibilidade em territórios de baixa densidade.
Na sua apresentação, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que presidiu à sessão, considerou que este serviço é “um excelente exemplo, que deve incentivar outros territórios que têm até problemas mais graves em termos de mobilidade do que a CIM da Região de Coimbra”.
“Temos territórios vulneráveis onde as pessoas têm dificuldade de mobilidade. Este projeto permite às pessoas ter transporte no dia em que necessitam e para o local onde necessitam com um telefonema”, frisou.
Até agosto, o SIT FLEXI vai entrar em funcionamento em 18 dos 19 municípios da CIM Região de Coimbra (apenas Coimbra fica de fora), funcionando internamente em cada concelho.
Para utilizarem este sistema, que nesta fase funciona com operadores locais de táxi, os utilizadores têm de efetuar uma reserva até às 15:00 do dia anterior à data do transporte pretendido.
O serviço garante ainda interoperabilidade com outros meios de transporte, integração com outros sistemas de informação e uma bilhética integrada.
Segundo o diretor executivo da CIM da Região de Coimbra, Jorge Brito, trata-se de um serviço que vai permitir às pessoas deslocarem-se de forma “mais confortável, mais económica e mais segura”.
“O nosso objetivo é, sobretudo, colmatar a limitação dos transportes convencionais”, salientou.
O presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares, João Miguel Henriques, considerou o projeto “ambicioso e importante” para a região, sobretudo para os concelhos de baixa densidade.
Para a ministra Ana Abrunhosa, “não há coesão social e territorial se permitirmos que parcelas dispersas do território fiquem isoladas, condenando a sua população que, normalmente, é a mais vulnerável”.
“Onde quer que viva um português tem de haver acesso até ele e forma de permitir que ele se desloque. Onde essas rotas de transporte não existam por falta de rentabilidade para os operadores privados é obrigação do Estado intervir e cumprir o seu papel”, sublinhou.
A governante sustentou ainda que o projeto tem como objetivo assegurar uma continuidade territorial da mobilidade, “ultrapassando carências no transporte público convencional nas zonas mais frágeis do nosso território, sejam do interior ou do litoral”.
A CIM da Região de Coimbra é constituída 19 municípios, dos quais 17 integram o distrito de Coimbra – Arganil, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mira, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e Vila Nova de Poiares – a que juntaram Mealhada e Mortágua, nos distritos de Aveiro e de Viseu, respetivamente.
