A Câmara de Viseu vai inaugurar este ano o museu dedicado à família Keil do Amaral, anunciou ontem o presidente da autarquia, aquando da apresentação da programação anual da rede museológica municipal.
“A data da inauguração ainda não está definida e gostaria que fosse no Dia Internacional dos Museus [18 de maio], mas, se não for, será este ano com toda a certeza que abriremos na casa da Calçada o Museu Keil do Amaral”, anunciou António Almeida Henriques.
O autarca explicou que a obra da reconstrução da Casa da Calçada, no centro histórico da cidade, ainda não foi entregue à Câmara, “o que deverá acontecer nos próximos dias”.
Este museu, que será o oitavo a integrar a rede de museus municipais, é uma promessa que Almeida Henriques herdou, uma vez que, no seu entender, “é uma herança do anterior executivo”, de Fernando Ruas, “que foi muito bem acolhida, porque é uma boa herança”.
“Será um museu de família. É um museu que percorre dois séculos, quase três. É uma viagem biográfica entre um conjunto de artistas da família Keil do Amaral, entre os séculos XVIII e XXI, e que vai desde Alfredo Keil a Leonor Keil”, desvendou o vereador da Cultura, lembrando o autor do hino ‘A Portuguesa’ e a bailarina internacional.
Jorge Sobrado acrescentou que o museu contemplará “algum espólio da família” e o espaço apresenta “várias gerações de artistas desde pintores, escultores, músicos, arquitetos, bailarinos e coreógrafos”, o que traduz “uma viagem pela história artística de uma família muito importante das artes portuguesas, contemporânea e moderna”.
“Ao mesmo tempo que é uma viagem pela história da família Keil do Amaral, é também um testemunho da própria história da arte em Portugal, até porque muitos elementos desta família foram vanguardistas na história da arte portuguesa”, contou.
António Almeida Henriques anunciava a criação do novo museu municipal, o oitavo da rede que contempla quatro espaços na área urbana e três em freguesias rurais do concelho, no dia em que, juntamente com o vereador da Cultura, apresentava a programação anual da rede museológica.
Entre as atividades anunciadas, este ano com um foco no cinema e fotografia, uma vez que é o tema escolhido pela autarquia para se celebrar em Viseu, haverá conferências, oficinas, “safaris e concursos fotográficos” e 24 exposições, “muitas delas de fotografias”, como a de Samuel Almeida, sobre o escritor Aquilino Ribeiro.
Carlos Magno, Pedro Cabrita Reis, Maria Jesus Agra Pardiñas, Rosário Pinheiro, Jorge do Carmo, Rogério Seabra Cardoso e Ana Verónica são outros nomes de artistas viseenses e não só a apresentar as suas artes em 2020 nos museus municipais.
Entre as outras novidades apresentadas pela autarquia está o inventário do acervo museológico da rede municipal, que “deixou de estar registado em folhas soltas, para estar informatizado, garantindo assim um controlo sobre o património municipal”.
O vereador disse ainda que também será apresentado em 2020 o Entre Museus, um “novo serviço de mediação com as escolas, e não só”, que terá uma sede na Quinta da Cruz, mas que “será transversal aos oito museus e terá toda a oferta educativa e será um ponto permanente das atividades de cada museu”.