O Centro PINUS tem reunido com as Comunidades Intermunicipais (CIM) em que a floresta tem uma grande expressão no território, para apresentar as medidas que propõe para o atual desajuste de investimentos público nas regiões em que a dimensão média da propriedade é reduzida.
A região de Viseu Dão Lafões detém 42,9% do seu território com floresta e, 60% desta é ocupada por Pinheiro-bravo, uma espécie de que 17% da indústria transformadora da região depende.
Nesta ronda nacional de reuniões, o Centro PINUS tem abordado o tema da captação de investimento no PDR2020. A região de Viseu Dão Lafões foi contemplada com apenas 5,9 milhões de euros do PDR2020, 3,7% do aprovado em todo o país. As regiões em que predomina a propriedade privada de pequena dimensão têm sido prejudicadas no financiamento público à floresta. O Centro PINUS considera que as CIM e as autarquias podem ser importantes aliados na defesa de uma solução para este grave problema do nosso país.
O Centro PINUS tem apresentado às CIM as medidas que propõe ao Governo para alterar a injustiça atual no futuro PDR. Adicionalmente ao novo PDR, em negociação e consulta, o Centro PINUS alerta para a importância extrema de se olhar para o investimento disponível para o curto e médio prazo, através do Plano de Recuperação Económica, com um nível de flexibilidade que se espera superior ao atual, podendo contribuir para fazer chegar investimento à floresta de regiões como Viseu Dão Lafões .
O Pinheiro-Bravo é uma espécie autóctone e pioneira, que consegue colonizar solos pobres, contribuindo para a qualidade da água, a proteção da erosão e a biodiversidade. É ainda o maior reservatório de carbono da floresta nacional, com um importante papel na luta contra as alterações climáticas.
Na região Centro estão presentes mais de 50% das empresas de 1ª transformação da Fileira do Pinho, com uma elevada diversidade de subsetores e mercados, todas com uma grande necessidade de madeira ou resina de Pinheiro-bravo. De acordo com o INE, existem 249 empresas de 1ª e 2ª transformação de Pinheiro-Bravo na NUT Viseu Dão Lafões. Esta região perdeu 19,7% da área de Pinheiro-bravo em 20 anos, sobretudo devido aos incêndios e à falta de gestão das suas áreas de regeneração natural. É fundamental que os proprietários florestais da região tenham a ajuda necessária para que a floresta ofereça todo o potencial económico, social e ambiental e é imprescindível que os líderes regionais, incluindo as autarquias, se mobilizem para o reivindicar.