São 14 os empreendedores que estão já a desenvolver o Plano de Negócios, no âmbito do Programa V21 Rural. “Esta é mesmo uma oportunidade para mudar de vida” é, assim, que os participantes resumem esta iniciativa da Vissaium XXI e do Município de Viseu. Nesta que é a primeira edição, os resultados estão à vista. Os participantes terão em breve todas as ferramentas para tirar finalmente os seus negócios do papel para ação.
Trata-se de um grupo de empreendedores pluridisciplinar, de várias faixas de idade, percursos e setores de atividades diversificados que vão desde o artesanato, ao turismo, à produção, à educação, à comercialização, entre muitos outros setores de base rural.
“São oportunidades destas que nos fazem querer ficar na nossa terra”
Lídia Neves, tem 54 anos e é uma das finalistas. A pouco e pouco o seu projeto começa a desenhar-se. A empreendedora quer levar pedaços de Viseu ao mundo. “Através de produtos endógenos de qualidade, maioritariamente certificados, o objetivo passa por promover a região de Viseu”. Quanto ao programa, Lídia Neves não podia estar mais satisfeita. “Está a ser um grande desafio. Antes para mim um plano de negócios era um verdadeiro “bicho-papão”. É uma grande oportunidade para aprendermos e testarmos as nossas ideias. Temos um acompanhamento permanente e recebemos sempre feedback do que estamos a fazer. Sinto que o meu projeto está cada vez mais solidificado”, explica. A empreendedora não tem dúvidas, este era um programa exemplar que permite desenvolver a região e fixar os jovens “É uma aposta no capital humano, são oportunidades destas que nos fazem querer ficar na nossa terra. Esta é uma capacitação importante para os que querem agarrar novas oportunidades e enveredar por novas áreas. É uma oportunidade para mudar de vida”, desabafa.
“Trabalhar em rede faz toda a diferença”
A mesmo opinião tem Maria Paula Freitas, 44 anos, professora universitária e designer industrial. Foi há cinco anos que começou a idealizar o seu plano de vida. O projeto está ligado ao turismo rural e ao artesanato e pretende reinventar o Turismo Rural em Portugal associando experiências turísticas sustentáveis ao artesanato, como forma de preservar memórias, promover a identidade social e a sustentabilidade cultural. A empreendedora não tem dúvidas, este era o clique que faltava para tirar o seu projeto da gaveta.
“O programa tem sido fundamental para conseguir estruturar o meu negócio e perceber qual a direção que tenho que tomar”, resume. Nas palavras da finalista, são muitas as mais valias do V21 Rural. “Temos a oportunidade de ouvir, na primeira pessoa, testemunho de empresários que já passaram pelas dificuldades que hoje estamos a sentir e que neste momento estão já do outro lado do muro”, destaca, acrescentando, ainda, a importância do trabalho de grupo. “O programa tem-nos permitido criar uma rede importante de contactos. Trabalhar em rede faz toda a diferença”, sublinha.
“Muitos destes projetos vão germinar”
Sérgio Lorga faz um balanço muito positivo do caminho já percorrido. “É evidente o processo de evolução dos participantes. Estão entusiasmados e motivados em construir os seus projetos. Cada um desenvolve o seu plano de negócio, mas aqui têm o conforto de, a nível metodológico, terem um caminho partilhado, acompanhado e orientado”, sublinha. O diretor executivo da Vissaium XXI não tem dúvidas, muitas destas sementes vão dar frutos. “Estamos certos que deste programa vão surgir novos negócios. Acreditamos, inclusive, que alguns vão germinar muito brevemente, alguns podem até não avançar, no imediato, mas estamos certos que o V21 Rural será um passo importante para consolidar as suas ideias e, no futuro, quando avançarem, vão fazê-lo de forma muito mais consistente e mais facilmente atingirão o sucesso”, sustenta.
De olhos postos no futuro, em cima da mesa, na Vissaium XXI, estão já a ser ponderadas novas edições. “Tendo em conta a avaliação positiva desta primeira edição, o estímulo é cada vez maior. Estamos empenhados em ter sempre respostas ajustadas às necessidades dos empreendedores”, remata.
Depois de o programa ter dado a oportunidade de todos porem à prova o seu perfil de empreendedor, o V21 Rural seguiu em frente com os projetos finalistas que estão a ser munidos das competências necessárias para criar um negócio de sucesso. Na reta final, os empreendedores estão, agora, a trabalhar o seu plano de negócios. São 24 horas de capacitação nos mais diversos temas: Estratégia de negócio, análise de mercado, plano de marketing, recursos humanos, modelo de negócios, análise económico-financeira, digitalização do negócio, financiamento e o modelo LASEr, no âmbito do qual são trabalhadas várias competências de comunicação e os participantes são preparados para o pitch do projeto.
Paralelamente, cada participante recebe um acompanhamento personalizado semanalmente. Depois, os diversos Planos de Negócio serão apresentados ao grupo e apreciados pelo júri. Segue-se a última fase: estágio e cooperação. É a reta final, antes dos projetos nascerem.