A Federação Distrital de Viseu do PS acusou hoje a Viseu Marca de agendar o Mateus Festival, em Viseu, na data do Barrelas Summer Fest, em Vila Nova de Paiva, no mesmo distrito.
Esta acusação foi considerada “quase risível” pela Viseu Marca, entidade organizadora da Feira de São Mateus em Viseu.
Em comunicado enviado à agência Lusa, a distrital do PS indicou que o Município de Vila Nova de Paiva, presidido pelo socialista Paulo Marques, anunciou em meados de janeiro que a segunda edição do Barrelas Summer Fest, evento de dimensão nacional, iria ocorrer nos dias 29 e 30 de agosto de 2025.
Na quarta-feira, de acordo com os socialistas, o presidente da Viseu Marca, Pedro Alves, também deputado do PSD eleito pelo círculo de Viseu, anunciou para o dia 29 de agosto a segunda edição do Mateus Fest.
[E assim] “sobrepondo este evento ao Barrelas Summer Fest, em Vila Nova de Paiva. Salientar que, em 2024, a primeira edição ocorreu em 03 de agosto por ocasião da abertura da Feira de S. Mateus, evento de dimensão nacional”, destacou o PS.
Para a distrital socialista, “tem ficado muito bem ao presidente [da Câmara de Viseu], Fernando Ruas, defender a coesão territorial da CIM Viseu Dão Lafões [a que também preside e a que também pertence Vila Nova de Paiva], bem como o princípio da solidariedade entre concelhos, para os tornar mais fortes a nível social e económico”.
“Fica, no entanto, muito mal, quer ao presidente da CIM Viseu Dão Lafões, Fernando Ruas, quer ao deputado eleito pelo círculo eleitoral de Viseu, Pedro Alves, ignorarem os valores que apregoam nos seus discursos públicos”.
E, com isso, “desferindo um ataque moralmente reprovável ao Município de Vila Nova de Paiva, que, como boa parte dos municípios do distrito de Viseu, e de todo o interior de Portugal, lutam pelo desenvolvimento com muito menos recursos que o litoral”.
A Viseu Marca é composta em 48% pelo Município de Viseu, 48% pela AIRV – Associação Empresarial da Região de Viseu, e 4% pela Associação Comercial do Distrito de Viseu, “entidades que representam todo o distrito” de Viseu, lembraram os socialistas.
Numa reação escrita enviada à agência Lusa, a Viseu Marca, presidida por Pedro Alves, disse que “é quase risível que a Federação do PS emita um comunicado por sobreposição de festividades entre municípios no mês de agosto”.
No documento, a Viseu Marca defendeu, “com o devido respeito, que o PS Viseu deveria preocupar-se mais com a situação económica e social em que o Partido Socialista deixou o país”.
E, “em particular, com as promessas por honrar junto dos cidadãos do distrito, do que propriamente com a sobreposição de eventos musicais no vasto território da CIM, com os municípios que escolhem agosto para fazer as suas festividades”.
Através do comunicado, a Viseu Marca acusou ainda o PS de ser “contra a liberdade de escolha por parte dos cidadãos”, apesar de reconhecer que “a doutrina não chegasse ao ponto de querer que os cidadãos do distrito não possam sequer escolher a que festa é que vão”.
Por parte do Município de Viseu, a vereadora da Cultura, Leonor Barata, disse aos jornalistas que, “em relação à coincidência de datas” dos dois festivais, “e de tudo o que acontece dentro da Feira de São Mateus, é da responsabilidade da Viseu Marca”.
“E as datas também. E a escolha dos artistas também. E a distribuição do programa pelos vários fins de semana e pelos vários dias também”, reagiu a vereadora.
Leonor Barata realçou ainda que a relação do Município de Viseu com a Viseu Marca “é pública, mas não interfere, de modo nenhum, nem com a questão da programação, nem da organização temporal dos eventos dentro da Feira de São Mateus”.