A PSP de Viseu identificou um jovem que assumiu, em direto na rede social Instagram, ter violado uma rapariga, mas “tudo leva a crer” que ele estivesse a fantasiar, disse hoje à agência Lusa o comandante Vítor Rodrigues.
“Assim que tivemos conhecimento desse vídeo no Instagram fomos ver quem era o indivíduo. Foi identificado, foi apreendido o telemóvel, o processo foi remetido para tribunal e o Ministério Público decidirá, mas tudo leva a crer que é falso”, frisou.
Segundo Vítor Rodrigues, por um lado, a PSP não recebeu qualquer denúncia de violação da rapariga em causa, cujo nome foi identificado durante o direto no Instagram.
Por outro lado, “o indivíduo está institucionalizado e a própria diretora diz que ele às vezes tem alguma imaginação e não tem muita noção dos seus atos”, acrescentou.
Vítor Rodrigues contou que “a própria direção da instituição não acredita muito na veracidade do que foi dito nesse vídeo”.
Esta situação já foi reportada ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Viseu, acrescentou.
Durante o vídeo em direto, o seu promotor, Fábio Alves, perguntou ao suspeito qual a cena “mais bizarra” que tinha feito durante um ato sexual.
O jovem respondeu que não podia contar no Instagram, mas um outro a seu lado disse: “Violar uma gaja e deixá-la e ir lá o INEM”.
Depois, o suspeito confirmou a violação e até disse o nome da rapariga, numa altura em que já estavam perto de 700 pessoas a assistir ao direto.
Num outro vídeo publicado posteriormente, Fábio Alves contou que, indignado com o que ouviu no seu direto, denunciou a situação à Polícia Judiciária do Porto, fornecendo os dados que tinha do suspeito. Disse também que foi contactado pela rapariga, que o autorizou a dar o seu número à polícia.
Já à PSP de Viseu, a denúncia chegou por outra via, contou à Lusa Vítor Rodrigues: “Temos a identificação de duas pessoas que se deslocaram aqui a dar conhecimento disso, depois de verem o direto”.
Segundo o comandante, a Polícia Judiciária de Coimbra “não tinha conhecimento” da situação.
Entretanto, a deputada parlamentar não inscrita Cristina Rodrigues já pediu que o Ministério Público investigue a veracidade do que foi dito.
“A forma leviana como estes jovens assumem um alegado crime de violação é extremamente preocupante e deve ser investigado e quanto antes”, considerou, acrescentando que se deve também verificar “o estado em que se encontra a vítima”.