Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural 2020 atribuído a Carlos do Carmo

O Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural 2020 é atribuído a Carlos do Carmo, uma “individualidade exemplar numa área que Vasco Graça Moura muito prezava e para a qual contribuiu com numerosos poemas”, foi hoje divulgado.

Esta é a 5.ª edição do prémio, cujo distinguido é, habitualmente, divulgado a 03 de janeiro, coincidindo com a data natalícia de Vasco Graça Moura (1942-2014).

O júri, ao qual presidiu Guilherme d’Oliveira Martins, refere, em ata, que Carlos do Carmo é “proveniente de uma família ligada ao Fado, e desde cedo se revelou uma das suas principais vozes”.

“Os prémios nacionais e internacionais que obteve pela qualidade das suas edições discográficas, onde surge como um dos maiores intérpretes de um Fado que ele soube renovar, dão conta de uma das mais exemplares carreiras do panorama artístico português. Desde cedo que a sua voz soube quebrar fronteiras, atravessar gerações, tornando o Fado uma manifestação artística de expressão universal. Essa expressão universal foi determinante para a Candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade, de que Carlos do Carmo foi um dos embaixadores”, escreveu o júri.

“O papel fundamental de Carlos do Carmo na divulgação dos maiores poetas portugueses, de que Vasco Graça Moura é um exemplo. Esses poetas foram cantados nas mais conhecidas salas de espetáculo do estrangeiro. Nelas, o Fado foi levado a públicos diversificados, que aplaudiram o Fadista, mas também o homem que, nascido na cidade de Lisboa, soube tornar-se um cidadão do Mundo”, salientou o júri.

Carlos do Carmo, que completa 80 anos no próximo dia 21, conta editar um novo álbum em janeiro, no qual inclui poemas de Vasco Graça Moura, nomeadamente “Mariquinhas.com”, que apresentou no seu espetáculo no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, no passado 09 de novembro.

Para o júri, Carlos do Carmo é “um dos intérpretes de Fado mais reconhecidos em todo o mundo”.

Filho da fadista Lucília do Carmo (1919-1998) e do livreiro Alfredo Almeida, proprietários da casa de fados O Faia, em Lisboa, foi n’O Faia que Carlos do Carmo começou a cantar até iniciar a carreira artística em 1964.

O seu repertório inclui, entre outros poetas, nomes como Frederico de Brito, Maria do Rosário Pedreira, Júlio Pomar e José Carlos Ary dos Santos.

A sua discografia inclui temas como “Por Morrer uma Andorinha”, “Bairro Alto”, “Canoas do Tejo”, “Os Putos”, “Lisboa Menina e Moça”, “Estrela da Tarde”, “Pontas soltas”, “O homem das castanhas” ou “Um homem na cidade”, que o júri aponta como “clássicos”.

Com a canção “Flor de Verde Pinho”, baseada no poema homónimo de Manuel Alegre, representou Portugal no XXI Festival Eurovisão da Canção, em 1976.

O júri refere-o como “embaixador do fado em vários países”, tendo atuado em “grandes e prestigiadas salas de espetáculo” como o Olympia, em Paris, ou as Óperas de Frankfurt e de Wiesbaden, na Alemanha, além do Canecão, no Rio de Janeiro, ou o Savoy, em Helsínquia.

Para o júri “um dos momentos incontornáveis da sua carreira surgiu, em 2014”, quando recebeu um Grammy Latino pelo conjunto da obra.

Nesse mesmo ano recebeu também o Prémio Personalidade do Ano/Martha de la Cal, da Associação Imprensa Estrangeira em Portugal.

No ano seguinte recebeu a mais elevada distinção da capital francesa, a Grande Médaille de Vermeil, e, no ano seguinte o Estado português condecorou-o como grau de Grande-Oficial da Ordem do Mérito.

No seu último concerto realizado no Coliseu dos Recreios, no passado dia 09 de novembro recebeu, em palco, a chave da cidade de Lisboa, uma honra dada habitualmente aos chefes de Estado que visitam Portugal.

O Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural foi instituído pela Estoril Sol, em homenagem à memória de Vasco Graça Moura, e tem periodicidade anual.

Nas edições anteriores foram distinguidos Eduardo Lourenço, José Carlos Vasconcelos, Vitor Aguiar e Silva e Maria do Céu Guerra.

O júri que atribuiu o prémio foi presidido por Guilherme D’Oliveira Martins e constituído por Maria Alzira Seixo, José Manuel Mendes, Manuel Frias Martins, Maria Carlos Gil Loureiro, Liberto Cruz, José Carlos de Vasconcelos e Dinis de Abreu.

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