O Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20) anunciou que vai abandonar o projeto “Rede de Centros de Interpretação e/ou Casas-Museu de História e Memória Política da Primeira República e do Estado Novo”.
Este centro da Universidade de Coimbra (UC) justifica que a decisão, tomada um ano e meio depois de o projeto ter sido desencadeado, se deve a “dificuldades entretanto surgidas na manutenção da integralidade da rede” e à “falta de consenso entre os parceiros”.
Na origem da falta de consenso estiveram “as competências do CEIS20/UC na conceção, implantação e acompanhamento posterior” da rede, que “tornaram inviável a continuidade” do seu envolvimento, justifica, em comunicado.
O CEIS20/UC reconhece a relevância que esta rede poderia ter a nível local, regional e nacional, daí o empenho que “sempre manteve na defesa da qualidade deontológica e científica do projeto”.
Lembra que, desde o início, a sua ligação ao projeto esteve dependente de condições que considerava estruturantes, como “o conceito de rede de centros de interpretação (envolvendo cinco municípios), a responsabilidade do CEIS20/UC pelo programa museológico e pelos conteúdos historiográficos dos discursos expositivos e a existência continuada de um conselho consultivo com efetiva capacidade de regulação”.
Com a saída da Câmara de Carregal do Sal (Centro de Interpretação do Antissemitismo e do Holocausto/Casa-Museu Aristides de Sousa Mendes), da alteração do nível de participação da Câmara de Tondela (Centro de Interpretação da Estância Sanatorial do Caramulo) e da “não concretização dos pressupostos epistemológicos e deontológicos inicialmente enunciados, tornou-se ainda mais difícil a nossa continuidade como parceiros do projeto”, justifica.
Foi neste âmbito, e atendendo às “responsabilidades científicas inerentes a uma unidade de investigação universitária” e à “importância das questões ligadas às ‘políticas de memória'”, que o CEIS20/UC tomou a decisão de abandonar a parceria de assessoria científica com este projeto, acrescenta.