A Câmara de Viseu aprovou hoje novas regras para os apoios a atribuir na área da cultura, que pretendem ajudar mais eficazmente promotores de eventos que têm marcado o calendário cultural dos últimos dez anos e artistas emergentes.
Durante os mandatos de Almeida Henriques (PSD), esteve em vigor o programa Viseu Cultura, que foi agora reformulado e passou a chamar-se Eixo Cultura – Viseu 2022/2025.
Na reunião de câmara de hoje, Leonor Barata, vereadora da Cultura do executivo presidido por Fernando Ruas (PSD), explicou que o objetivo foi tornar o modelo mais eficaz para as instituições e para os artistas.
Para o ano de 2022, o montante financeiro é de 1.230.000 euros, distribuídos por seis eixos culturais: parcerias de programação, criação artística, programação artística, emergentes, atividades com apoio anual e Teatro Viriato.
Segundo Leonor Barata, uma das novidades prende-se com os “eventos âncora” (eixo parcerias de programação), que “definem a agenda cultural” de Viseu e levam a maior fatia do programa, ou seja, 350 mil euros.
“Ao contrário do que acontecia no passado, em que todos os anos tinham que concorrer, a partir de agora conseguiremos dar mais estabilidade aos agentes culturais”, justificou.
Ou seja, ao candidatarem-se aos apoios, os promotores desses eventos “propõem que a sua candidatura seja bianual ou quadrienal”, sendo posteriormente estabelecido um protocolo que, “a ser cumprido anualmente, será renovado imediatamente”.
“Por se saber que há projetos âncora é que nós queremos que eles tenham estabilidade e previsibilidade”, sublinhou Fernando Ruas.
Outras das novidades é o apoio aos artistas emergentes, porque, no entender da vereadora, era “uma grande injustiça” valorizar-se o currículo de quem está a começar.
Os projetos que fomentem uma nova geração de criadores e sejam aprovados serão apoiados a 100%, o que Leonor Barata considera que, muitas vezes, é fundamental para “arrancar com uma carreira”.
No seu entender, este eixo do programa – que tem uma dotação de 50 mil euros – dá “um sinal importante”, porque há “imensos artistas que estão a voltar a Viseu depois dos seus estudos”.
Outra das novidades está relacionada com o Teatro Viriato, que é gerido pelo Centro de Artes do Espetáculo de Viseu (CAEV) e receberá 380 mil euros.
Leonor Barata explicou que houve um reforço de 50 mil euros para o Teatro Viriato possa vir a integrar a Rede de Teatros e Cineteatros.
“Se não houvesse este reforço por parte do município, o CAEV, como gestor do teatro, ficaria impedido de concorrer à linha de apoio de financiamento da Rede de Teatros e Cineteatros”, acrescentou.
Durante a reunião de hoje, foram também aprovadas as formas de apoio para as atividades culturais nas freguesias e outras atividades, com um valor de 240 mil euros.
Os vereadores do PS votaram favoravelmente as normas do Eixo Cultura – Viseu 2022/2025, mas abstiveram-se na votação das formas de apoio às atividades culturais nas freguesias.
No seu entender, “o mesmo executivo tem duas maneiras diferentes de trabalhar com a cultura”, tendo, por um lado “um programa que é transparente, tem comissão de avaliação, critérios de avaliação, está muito bem estruturado”, e, por outro, “um cheque em branco, que o senhor presidente diz que reserva para discricionariamente investir em atividades culturais das freguesias”, sem mencionar as entidades promotoras, a forma de distribuição e o horizonte temporal.