As refeições nos agrupamentos escolares de Vila Nova de Paiva foram alteradas pela autarquia e, desde que passaram a ter “mais qualidade e diversidade” a procura quase duplicou, disse à agência Lusa o presidente do município.
“Este aumento de quase o dobro de jovens a comer nas cantinas deve-se, essencialmente, à qualidade da comida e diversidade que hoje é possível encontrar nas escolas”, afirmou Paulo Marques.
O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Paiva, no distrito de Viseu, contou à agência Lusa que, desde que “assumiu a responsabilidade da confeção das refeições e deixou de ser uma empresa, que a alimentação mudou”.
“As cozinheiras são as mesmas, mas com as empresas sabemos que a ideia é maximizar os lucros ou minimizar as despesas e nós apostámos na qualidade dos produtos, que são comprados aos produtores e comerciantes locais”, disse.
Paulo Marques defendeu que esta decisão foi “um dos fatores principais para o aumento da qualidade” da alimentação nas cantinas escolares e, com isso, ainda consegue “provocar e aumentar a economia circular” no concelho.
“Fica-nos mais caro, é certo, mas deixamos o dinheiro no nosso concelho e, com produtos melhores, fazemos melhores refeições”, defendeu o autarca que apontou a contratação de uma nutricionista como outra “decisão positiva” para esta melhoria.
O autarca explicou que a nutricionista “começou a trabalhar três meses antes do início do ano escolar para, em setembro, os refeitórios apresentarem já refeições mais equilibradas nutricionalmente e mais diversificadas, até com opções vegetarianas”.
“A diversidade tem sido muito importante. A título de exemplo, os alunos comiam quase sempre a mesma fruta e agora não, há muita variedade. Aqui há muita produção de mirtilos e eles nunca comiam na escola e agora têm e gostam”, apontou.
Paulo Marques destacou ainda que há um outro trabalho que está a ser feito e que passa pela “nutricionista presente nas cantinas a incentivar os jovens a provarem e a tentar fazer alguma educação ao paladar”.
Um trabalho que, referiu, tem sido feito junto dos alunos do secundário, “porque os mais novos, têm de comer na escola, queiram ou não queiram, os mais velhos é que podem sair e procurarem refeições fora”.
Este “aumento significativo”, segundo o autarca, revelou-se agora, em janeiro, porque “no início houve um trabalho de incentivo ao uso da cantina e só depois é que os jovens começaram a passar a palavra, porque uns puxam os outros”.
“Eu, sem avisar, já fui duas vezes almoçar a uma cantina e devo dizer que comi tão bem como em qualquer bom restaurante, estava impecável”, adiantou Paulo Marques, que assumiu a “necessidade de perceber e sentir se a comida era ou não boa”.
Esta alteração, admitiu, “provocou um aumento significativo no orçamento municipal”, uma vez que a autarquia está com um “custo acrescido em 50 mil euros, por ano”, mas, sublinhou, é “um custo assumido com orgulho e satisfação”.
“É um custo benefício para os nossos jovens, porque vale o dinheiro, porque a educação passa pela alimentação e, por isso, a médio prazo, vai refletir-se na saúde e no rendimento escolar”, defendeu.
E, acrescentou Paulo Marques, “os pais ficam mais descansados, porque sabem que os filhos têm uma boa alimentação e, em alguns casos, será até a única refeição boa e de qualidade do dia”.