A Câmara de Tondela aprovou, por maioria, uma proposta de orçamento municipal para 2025 no valor de 37.507.340 euros, que representa um aumento de 14% em relação ao orçamento deste ano.
A presidente da Câmara de Tondela, Carla Antunes Borges (PSD), disse hoje à agência Lusa que “este crescimento inclui um acréscimo de 4,5 milhões de euros e reflete o compromisso da autarquia em manter o suporte aos cidadãos, sem a necessidade de aumento de impostos”.
“A taxa do IMI manter-se-á em 0,3%, com a continuidade da redução de 30, 70 ou 140 euros no montante do IMI a pagar por famílias com um, dois ou três ou mais dependentes, respetivamente”, e “a participação variável no IRS continuará a ser de 2,5% e a taxa de derrama será mantida em 1,5%”, acrescentou.
Nas Grandes Opções do Plano destacam-se investimentos em áreas prioritárias como Educação e Escolas, estando previstos três milhões de euros para a reabilitação da escola básica do Campo de Besteiros, com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência, exemplificou.
No que respeita à Saúde e Bem-Estar, Carla Antunes Borges realçou a reabilitação da Unidade de Saúde Familiar Tondela Cândido Figueiredo, que receberá 1,7 milhões de euros.
“Está ainda prevista a elaboração do projeto para a reabilitação do Polo da Lajeosa do Dão, que poderá ser financiado pelo Programa Nacional 2030”, acrescentou.
Segundo a autarca, já no âmbito da Estratégia Local de Habitação está prevista “a aquisição de terrenos e edifícios, com um total de 796 mil euros”, e para o edifício da antiga Pensão Matos “um investimento de 1,4 milhões de euros suportado por uma candidatura ao PRR”.
Na área das Infraestruturas e Mobilidade, o município pretende executar, por exemplo, a estrada de ligação entre a Avenida Sá Carneiro, o Cemitério Municipal e a Avenida Comunidades (1,7 milhões de euros), e o projeto de Mobilidade Urbana Sustentável no Campo de Besteiros (1,4 milhões de euros).
A conclusão da Zona Industrial do Lagedo (com 1,3 milhões de euros de receitas próprias) e a sustentabilidade energética (com 200 mil euros para a elaboração do plano de ação) são outras prioridades.
O documento contou com o voto contra dos três vereadores do PS, Francisco Coutinho, Fernando Sousa e Ana Coimbra, por considerarem que “as prioridades da atual gestão continuam a não ser aquelas de que o concelho precisa para se desenvolver harmoniosamente”.
“O Orçamento e as GOP subalternizam o Ambiente, a Educação e a Habitação em favor de ações eleitoralistas, razão porque votamos contra”, justificaram os vereadores na declaração de voto.
Os socialistas exemplificaram que o Orçamento Participativo previsto para este ano, “tal como muitas atividades das GOP vai, muito convenientemente, ser implementado no último ano do mandato, alimentando populismos e a ideia que o que é realmente importante é o que se faz e, acima de tudo o que se promete, em ano eleitoral”.
“À semelhança do ano transato, nas GOP reincide um elevado número de obras com o cabimento de um euro”, referiram, considerando que “mesmo que todas as obras candidatadas no âmbito do PRR e do 2030 fossem financiadas”, o que lhes parece “altamente improvável uma vez que haverá pedidos em todos os concelhos, não existem empreiteiros nem tempo que as permita concretizar”.
“Infelizmente, a maioria nem sequer será iniciada”, acrescentaram.