Bloco de Esquerda pede intervenção do Governo para travar abate de árvores em Viseu

O Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre o abate de árvores na Mata do Fontelo e apela à sua intervenção e da Câmara Municipal de Viseu para “parar a destruição” do pulmão da cidade.

“O Bloco de Esquerda defende a imediata intervenção do Governo e da Câmara Municipal de Viseu para parar a destruição da área em questão, usando todos os meios administrativos e legais ao seu dispor para o fazer”, de acordo com o documento entregue na Assembleia da República, subscrito pelos deputados Maria Manuel Rola e Nelson Peralta.

Esta intervenção, defendem os parlamentares, deve ser feita “através da inclusão deste espaço na gestão pública e de uma urgente alteração do PDM [Plano Diretor Municipal], que prevê, dentro do que ainda é zona natural, construção”.

Segundo uma nota de imprensa, o documento enviado à Assembleia da República pelo Bloco de Esquerda (BE) questiona ainda o Governo se “tem conhecimento desta situação e se tem intenção de interceder junto da Câmara Municipal de Viseu para que esta atue no sentido de parar a destruição da Mata do Fontelo”.

“Que medidas vai o Governo tomar para preservar a Mata do Fontelo? A Mata do Fontelo é uma área classificada? Se não, considera o Governo vir a classificar a Mata?”, questionam os dois deputados.

Em causa, estão, segundo o Bloco de Esquerda, o “abate de centenas de árvores, na sua esmagadora maioria carvalhos, independentemente da idade e da sua função em todo o ecossistema da Mata do Fontelo, uma área de exuberante vegetação com origem secular, na cidade” de Viseu.

“Os cortes estão a ser efetuados em terreno privado que o município nunca protegeu, não os incluindo na gestão municipal. Pelo contrário, existem planos que preveem a urbanização daquele espaço”, apontam os deputados.

O documento refere que o BE “tem defendido a inclusão da referida quinta na gestão de toda a Mata do Fontelo, de forma a preservar a dinâmica ecológica do espaço e a garantir a preservação de espécies que ali deviam ter um santuário protegido da expansão do betão”.

“Habitam neste ecossistema – que não tem fronteira entre o que já é público e o que ainda é privado – o ouriço-cacheiro, o esquilo, o pica-pau malhado e muitas outras espécies, das quais destacamos a vaca-loura: o maior escaravelho da Europa, classificada como “Quase ameaçada” pela UICN – União Internacional para a Conservação da Natureza”, enumeram.

Segundo o BE, a vaca-loura “depende precisamente das árvores de folha caduca, principalmente das mais antigas, como os carvalhos abatidos” e “o período de “incubação” das suas larvas pode durar até sete anos, incompatível com o abate a que se assiste neste momento”.

“Só na parte de gestão pública, foram identificadas 37 espécies, 13 das quais autóctones. As mais representadas são o carvalho (Quercus robur), com 1.850 exemplares, o loureiro (Laurus Nobilis), com 1.614, e o medronheiro (Arbutus Unedo) com 1.315”, contabiliza o documento.

“Em cada 10 mil metros quadrados, existem 441 árvores ou arbustos”, sendo que “a área que agora está a ser devastada era, segundo observação de imagens de satélite, mais densa que a pública, sendo um verdadeiro local de preservação ecológica na cidade de Viseu”, acrescenta o BE.

“Urge classificar o Fontelo, não só no património construído, mas também no património natural, transformando-o numa zona protegida. Para que este não fique à disposição das vontades diversas de quem passa pela autarquia”, defendem ainda os deputados bloquistas no documento.

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