Sé de Viseu recebe intervenções de conservação e restauro do património

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A Direção Regional de Cultura do Centro abriu um concurso para a terceira fase das obras na Sé de Viseu, que inclui intervenções de conservação e restauro do património, reparações e a criação de acessibilidades.

A coordenadora do Departamento dos Bens Culturais da Diocese de Viseu, Fátima Eusébio, disse hoje à agência Lusa que este concurso – lançado na segunda-feira pelo preço base de 1.149.398 euros – surge depois de um outro que esteve aberto no final de 2020, mas que “ficou deserto”.

“É uma intervenção avultada. Gostávamos muito que, pelo menos lá para o fim do ano, as obras começassem”, afirmou.

Segundo Fátima Eusébio, nesta fase haverá uma intervenção ao nível das portas e das janelas, sendo algumas substituídas e outras recuperadas.

“Haverá também uma intervenção ao nível do património integrado, que não foi abrangido nas outras fases”, explicou, dando como exemplo a talha.

A responsável avançou que, “à exceção de dois dos retábulos, todos os outros serão para intervencionar”, bem como “a maior parte da imaginária” e os painéis de azulejos do interior da catedral.

“Nas capelas laterais, no antigo batistério e no claustro superior há painéis de azulejos que necessitam urgentemente de restauro. Só tinham sido restaurados os da sacristia e, nesta fase, estão incluídos os restantes”, contou.

Fátima Eusébio disse que haverá também uma grande intervenção “no edifício que corresponde à torre de alcáçova medieval e que teve uma série de utilizações ao longo dos séculos”, a última das quais de casa paroquial.

“Todo o interior desse edifício vai ser reformulado, por um lado, para permitir a acessibilidade de pessoas como mobilidade condicionada ao piso superior da catedral, através de elevador, e, por outro, para ficar com espaços para exposições temporárias”, uma vez que permite o acesso ao museu da catedral, explicou.

As acessibilidade são um ponto fundamental deste projeto, “quer através desse edifício, quer para o interior da própria igreja, uma vez que é uma lacuna muitíssimo grave e que tem sido sentida recorrentemente, porque há uma série de escadas”, acrescentou.

O concurso abrange também uma intervenção ao nível das torres da catedral.

A responsável referiu que, por um lado, é necessário “resolver alguns problemas de entrada de humidades”, mas, por outro, há a intenção de deixar uma das torres acessível aos visitantes.

Isto porque, apesar de a Sé já permitir uma vista sobre toda a cidade e envolvente, deve aproveitar-se “tudo o que seja um atrativo para os visitantes, como é o caso das torres, que permitem uma vista extraordinária”, considerou.

O prazo de execução do contrato é de 540 dias.