– Marisa Matias – Eurodeputada do Bloco de Esquerda
– Bárbara Xavier – Cabeça lista pelo Distrito de Viseu – Legislativas 2019
– Paulo Rodrigues – Movimento Mexer São João de Areias
Aparece e vem partilhar o lanche!
No próximo dia 24 de Agosto vai acontecer uma sessão pública no Jardim do Largo da República, em São João de Areias, no Concelho de Santa Comba Dão onde debateremos os problemas do Interior do país, como a saúde, a mobilidade e o acesso aos serviços públicos.
Contaremos com a intervenções da Marisa Matias (eurodeputada do BE), Bárbara Xavier (1° candidata do BE às legislativas) e Paulo Rodrigues (membro do Movimento Mexer São João de Areias).
Haverá lanche partilhado, traz um petisco e boa disposição!
O despovoamento do interior do país cria problemas de vulnerabilidade territorial e desigualdade social. Em Portugal 70% da população concentra-se nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, o interior fronteiriço está praticamente desabitado e 85% das cidades tem menos de 50 mil habitantes.
O movimento de migração da população do interior e a sua concentração no litoral foi sendo acompanhado por uma concentração de serviços públicos, retirando capacidade às zonas de mais baixa densidade populacional e concentrando também no litoral o emprego público (e qualificado). O interior, envelhecido e desabitado, é também o interior empobrecido e esquecido.
Portugal viu encerrar mais de 6500 serviços públicos no século XXI: 4492 escolas, 1168 juntas de freguesia, 411 estações de correio, 249 extensões de saúde, entre muitos outros serviços encerrados entre 2001 e 2014, de acordo com o levantamento feito pela Agência Lusa. Acrescem outros encerramentos em 2014 e 2015: mais de 150 repartições das finanças, tribunais (tendo sido reabertos em parte nesta legislatura) e postos de correios. Os encerramentos concentraram-se no Interior e Norte do país.
Estes encerramentos sucedem-se a um período de corte de transportes coletivos que serviam o interior e que se iniciou nos anos 90 do século XX com a privatização da Rodoviária Nacional e com o encerramento 30% das linhas férreas do país, nestes encerramento é o Interior que mais sente.
O PS e a direita têm defendido a inevitabilidade do encerramento de serviços públicos no interior face à perda da população. Em vez de utilizarem os serviços públicos como promotores de coesão, aceleram os processos de despovoamento. Para promover a criação de emprego no interior têm-se limitado a propostas de benefícios fiscais que se revelam inconsequentes. Têm promovido ainda formas de exploração e financeirização do território que atacam comunidades locais e meio ambiente como é a superprodução de eucalipto já que promove o abandono do território.
Temos que ir pelo caminho que contraria a perda demográfica e garante a mão de obra necessária -estancando a emigração, convidando ao regresso de quem partiu, acolhendo quem venha de outros países – com uma legislação laboral capaz de promover, emprego e salários. Uma escolha que combate as desigualdades ao garantir escola pública, Serviço Nacional de Saúde, Segurança Social, transportes coletivos: o Estado Social é indispensável à coesão e à democracia e ainda mais necessário é para o Interior do país.