LUIS SOARES DE CINFÃES DISTINGUIDO COMO CIDADÃO NOBRE

No âmbito da cerimónia anual de Atribuição dos Títulos de Cidadãos Nobres, a Nobre Casa de
Cidadania, distinguiu este ano 9 portugueses, de entre eles está Luis Soares, natural e
residente no concelho de Cinfães, distrito de Viseu.
O concelho institucional composto pela Autoridade Nacional para a Proteção Civil, o Corpo
Nacional de Escutas, a Direção Geral da Educação, a Direção Regional de Agricultura e Pescas
de Lisboa e Vale do Tejo, o Estado-Maior-General das Forças Armadas, a Faculdade de Teologia
da Universidade Católica Portuguesa, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, a GRACE, o
INEM, a Liga dos Bombeiros Portugueses e a Polícia de Segurança Pública, atribuem e
homenageiam todos os anos cidadãos, que entendem ter-se distinguido por ações de valores
de altruísmo, despreendimento e carácter, atribuindo-lhes o titulo de Cidadão Nobre.
Em 2021 uma das decisões sobre estas distinções recaiu sobre o jovem cinfanense Luis Soares,
a quem por isso, foi atribuído o título de Cidadão Nobre.
Para esta distinção contou todo o percurso de Luis Soares, no âmbito da ajuda humanitária
voluntária e associativa, mas principalmente a sua última iniciativa de criação e
implementação da plataforma “Escola Para Todos”, que proporcionou a inúmeros alunos,
equipamentos informáticos, para poderem assistir às aulas online durante a pandemia COVID
19, e que face às suas carências económicas não tinham possibilidade de os adquirir.
Com esta sua iniciativa, o Luis Soares para além da criação da plataforma “Escola Para Todos”,
conseguiu envolver cidadãos e empresas, para concretizar a doação de dezenas de
equipamentos informáticos às escolas do concelho de Cinfães, para que estas os cedessem aos
seus alunos, possibilitando com esta sua ação, que os alunos mais carenciados ficassem em
igualdade de oportunidades no acesso ao ensino e aprendizagem. Todos os computadores
doados, foram recondicionados pro bono por duas empresas da área da informática do
concelho de Cinfães, encontrando-se por isso, em plenas condições de uso.
Questionado como surgiu a ideia de criar a Escola para Todos e em que consistiu/consiste, o
jovem diz que “A ideia de criar a plataforma “Escola Para Todos” (FOTOGRAFIAS ANEXAS Nº 1,
2, 3 e 4), surge no panorama pandémico que o País (e o mundo) atravessam e para o qual
ninguém estava preparado. Perante a dramática situação de pandemia e de emergência na
saúde e social, as famílias mais vulneráveis economicamente, principalmente as do interior do
país de onde sou oriundo e onde as assimetrias continuam a existir e se adensam em situações
como a que vivemos, face à necessidade de confinamento e suspensão das aulas presenciais,
constatei a existência de um entrave sério relativamente aos alunos com menores posses
económicas. Eram-lhes facultadas aulas online para darem continuidade à sua formação
escolar mas estes, não possuíam equipamentos informáticos, ficando por isso, impedidos de
lhes aceder e colocando-os numa situação de absoluta desigualdade relativamente a outros
seus colegas. Para além de lhes causar danos irreparáveis no seu percurso educacional. Tendo
eu tido a possibilidade e a felicidade de ter desenvolvido a minha formação escolar e
académica, não me pareceu justo, nem me sentiria bem comigo próprio, se nada fizesse para
que o futuro dessas crianças/jovens ficasse irremediavelmente marcado porque lhes não foi
dada a igualdade de oportunidade, decorrente do facto de os seus Pais terem menos condições
econômicas. Nasceu assim, a “Escola Para Todos”, que como o próprio nome indica, consistiu
num pequeno contributo à reposição da igualdade de oportunidades a todas estas

crianças/jovens, e um esforço para que a escola seja de todos e para todos,
independentemente, de onde são, das suas condições económicas, da sua religião e da sua cor.
Na operacionalização da plataforma, o conceito base foi o de recolher equipamentos
informáticos novos ou usados e doá-los às escolas do meu concelho – Cinfães, para que fossem
cedidos aos alunos que os não tinham, nem condições financeiras para os adquirir. A
angariação de equipamentos traduziu-se no clicar do botão “ajudar” na plataforma, sendo
imediatamente disponibilizado um formulário para a doação. Por outro lado, quem quisesse
ser ajudado, podia clicar no botão “ser ajudado”. Neste caso, a seleção da necessidade de
ajuda passava sempre pela aprovação da respetiva escola, profunda conhecedora das
necessidades de cada um dos seus alunos e a cujas Direções havia desafiado a serem parceiras
para esta iniciativa. Nesse sentido, após os equipamentos serem doados, tendo obtido a
colaboração pro bono de duas empresas de informática, estes eram reparados e/ou
recondicionados, e entregues às escolas em perfeitas condições de uso, não obstante de serem
usados. Estes equipamentos informáticos manter-se-ão sempre nas escolas e poderão vir a
servir para situações semelhantes futuras. No processo de doação surgiu a possibilidade de
doações monetárias por parte de empresas e cidadãos individuais para aquisição
equipamentos novos. Contudo, não foi possível concretizar estas ofertas por escassez de
stock’s.”
Luis Soares, questionado de qual foi sendo o seu papel em toda a plataforma, o mesmo refere
que “O meu papel foi dos mais variados. Na plataforma online idealizei o conceito e
funcionamento. O design e a programação ficou totalmente a cargo do meu grande amigo (de
todas as horas) Filipe Santos, que desafiei a ajudar-me e com quem já havia trabalhado
quando liderei um projeto no movimento associativo estudantil na universidade. Na
operacionalização, fiz de tudo um pouco, desde a recolha dos equipamentos em casa das
pessoas, entrega-los e recolhe-los nas empresas de informática (Strongiga e Cinftec) que
gratuitamente os recondicionavam, e transportá-los até às escolas, para que os mesmos
fossem cedidos aos alunos.”
Depois, de lhe questionarmos se sempre foi solidário, o mesmo repostou dizendo “Sim,
sempre o fui. Gratamente em minha casa e na escola sempre me foram incutidos valores como
a solidariedade. Diria até que na comunidade que me rodeia, e em geral os portugueses a
solidariedade é quase uma questão cultural. Pessoalmente, pratico-a e defendo a ideia que
essa deve ser sempre regra e nunca a exceção.”
Perguntando-lhe de quando começou essa jornada, o mesmo esclarece “Desde que me lembro
de ser gente, na escola primária, no ciclo e na secundária sempre me envolvi em ações de ajuda
ao próximo. Sempre gostei muito de ver todos a sorrir de igual forma. Na idade adulta e com
uma maturidade diferente, foi maior a consciencialização do quanto uma pequena atitude, um
pequeno gesto, uma coisa tão insignificante para nós, pode ser tudo para quem mais precisa.
Na Universidade envolvi-me muito no movimento associativo académico e aí tive a honra e a
possibilidade de liderar alguns projetos na defesa intransigente dos estudantes, tendo,
inclusive, integrado o órgão máximo de gestão da Universidade que é o Conselho Geral. A
minha envolvência em tudo isto, permitiu-me promover para além de outras coisas de
relevância, diversas iniciativas sociais, que foram desde a recolha de sangue, de medula óssea,
de bens e alimentos para ajudar outros estudantes, instituições e a Cruz Vermelha Portuguesa,
até à recolha de rações para animais de associações que passavam dificuldades ou a procura
de lares para esses animais (FOTOGRAFIAS ANEXAS Nº 5, 6, 7 e 8).”
Numa publicação feita na sequência da cerimônia que o distinguiu como Cidadão Nobre, nas
suas redes sociais, Luis Soares, ainda fala das suas raízes, e de uma luta que nunca abandonou,
que é a defesa do interior e das suas gentes, tendo inclusivamente logrado que um conjunto

de reivindicações suas tivessem sido englobadas no programa para a coesão territorial, e que
resultam do facto de como nos disse: “Nasci, cresci e vivo no interior do país, onde por vezes e
principalmente nos tempos conturbados que vivemos, as assimetrias mais se notam a todos os
níveis e onde as consequências sociais são dramáticas. Não podemos baixar os braços e
devemos sim, retirar ensinamentos e olhar, para as inúmeras oportunidades que daqui nos
podem surgir para evitar repetições futuras”.
Em jeito de agradecimento ao Conselho Institucional da Nobre Casa de Cidadania que o
galardoou, o jovem num ato de humildade diz “…de facto, esta homenagem deve ser feita
antes a vocês, e às pessoas que compõe as instituições que representam, pelos serviços que
altruisticamente e entrega todos os dias nos prestam.”
Em conclusão, o agora novo Nobre Cidadão Luis Soares, finaliza agradecendo e assumindo que
“tudo isto, serve de motivação, para continuar de uma forma humilde, desprendida e
descomprometida a fazer mais e melhor pela nossa sociedade e por todos nós.”

 

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