O 4.º Encontro de Investidores da Diáspora, que decorre em Viseu, de 12 a 14 de dezembro, vai contar com a presença de nove governantes que apresentarão novas medidas de apoio aos emigrantes, anunciou ontem a organização.
“Temos aqui um quarto encontro com uma expectativa alta da nossa parte e muito positiva, porque vamos trazer várias políticas. Algumas já estão no terreno e outras são políticas novas que, todas, pretendem concorrer para que o interior seja um território cada vez com mais oportunidades e realmente temos de ter muitas políticas para que isso aconteça”, afirmou a secretária de Estado das Comunidades.
Berta Nunes falava na apresentação do encontro, para o qual foi ontem assinado um protocolo entre a Secretaria de Estado das Comunidades, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro e a Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões.
A governante reconheceu que “está na ordem do dia” o debate sobre os territórios de baixa densidade e o despovoamento, mas, no seu entender, “é um debate que já devia ter sido feito há algumas décadas, porque este movimento de despovoamento vem do século passado e nunca parou”.
“Chegando aqui, e estando numa situação debilitada, estas regiões do interior precisam de muitas medidas políticas para reverter esta situação de despovoamento”, considerou.
A secretária de Estado garantiu que as políticas de combate ao despovoamento “são uma prioridade” da sua governação, num trabalho conjunto com outras secretarias de Estado, com o novo Ministério da Coesão Territorial e com as autarquias.
“Trabalharemos todos em conjunto para que todos possamos, no fim do dia, dizer que estamos a conseguir reverter um dos principais problemas do interior que é o despovoamento e a falta de oportunidades e, para isso, precisamos de atrair investimento e internacionalizar os nossos produtos”, defendeu.
Segundo Berta Nunes, “já não se trata só do mercado da saudade, dos produtos que os emigrantes levavam para matar saudades”, mas, sim, de um “mercado em que os emigrantes dão a conhecer os produtos das suas regiões a amigos da nacionalidade onde estão e vendem esses produtos”.
O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, afirmou que os emigrantes oriundos que saíram do concelho “têm ajudado numa maior divulgação e, por isso, ajudado na exportação”.
“O vinho do Dão, que hoje representa 100 milhões de euros de atividade económica desta região, certamente não errarei se disser que cerca de 40% deste vinho é exportado por via da nossa diáspora que acaba por o promover”, declarou o autarca.
Almeida Henriques referiu também o investimento direto dos emigrantes, especificando que das mais de 400 reabilitações existentes hoje na parte mais antiga da cidade de Viseu “mais de metade são de pessoas da diáspora”.