Fogo em Sever do Vouga tem “várias frentes” mas sem casas em perigo

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O incêndio que lavra hoje no concelho de Sever do Vouga, distrito de Aveiro, após a extensão do fogo de Oliveira de Frades, distrito de Viseu, encontra-se com “várias frentes”, mas sem habitações em perigo, segundo o município.

Em declarações à agência Lusa, pelas 14:00, o presidente da Câmara Municipal de Sever do Vouga, António Coutinho, disse que existem “várias frentes e vários focos” de incêndio no concelho, “alguns mais complicados até do que outros”, destacando a existência de “uma frente grande que está a arder, que está a ser atacada pelos meios aéreos, na encosta entre Silveira e Arcas, e ameaçar, embora que ainda longe, os aviários”.

“Não há, para já, habitações em perigo, mas em área de floresta ainda há grandes frentes”, referiu.

Em relação aos meios de combate, António Coutinho deu conta da existência de “um contingente bastante grande”, precisando que estão no local 753 operacionais, 234 veículos e 15 meios aéreos.

“Pensamos, com isto tudo, que iremos conseguir resolver o incêndio, embora neste momento, com os ventos que ainda se fazem sentir – cruzados, não sabemos de que lado é que estão -, temos tido projeções”, indicou o autarca, ressalvando que as condições meteorológicas “são inconstantes”.

Sobre a propagação do fogo de Oliveira de Frades para o concelho de Sever do Vouga, António Coutinho manifestou-se “um pouco surpreendido” com o que aconteceu, explicando que esteve na segunda-feira a acompanhar a situação de Oliveira de Frades e, ao final do dia, “parecia que o incêndio estaria mais ou menos controlado”.

“Aliás, havia apenas um foco na altura mas a norte, nada fazia prever que viesse para cá”, afirmou, acrescentando que a passagem de concelho ocorreu ao início da noite de segunda-feira.

Sobre as próximas horas de combate ao incêndio, referiu, “neste momento ainda é um pouco prematuro estar a criar expectativas, porque ainda arde em muitos pontos e ainda arde bem”.

“Pensamos que, se conseguirmos combater essas frentes maiores, o incêndio se poderá controlar, vamos ver. Também aqui nesta zona já não há muito mais para arder, já ardeu muita área por aqui à volta, à volta das populações, à volta da zona industrial, portanto já só mais a sul e para poente é que há para arder, para trás está tudo ardido”, revelou.

O município não tem ainda o levantamento dos estragos, mas sabe que “há uma ou outra empresa com alguns danos”, ainda que sejam mais superficiais, e que na zona industrial foram afetados os cabos das comunicações, agora todos queimados.

“Temos o registo de que não há nenhuma habitação ardida, há alguns pequenos arrumos junto às habitações”, informou António Coutinho.

O incêndio que deflagrou na segunda-feira em Oliveira de Frades continuava, cerca de 24 horas depois, “bastante ativo”, com o vento a ser o “pior inimigo” do combate, disse à Lusa o comandante distrital de Operações de Socorro de Viseu, Miguel David, às 11:15, indicando que a cabeça de fogo estava a essa hora no concelho de Águeda e no concelho de Sever do Vouga.

A prioridade dos bombeiros está a ser “a defesa perimétrica de algumas aldeias” dos concelhos de Sever do Vouga e de Águeda, e “o confinamento de pessoas nessas aldeias, considerando que estão na linha de propagação do incêndio”.

O incêndio deflagrou na segunda-feira, às 11:24, na localidade de Antelas, freguesia de Arcozelo das Maias.