Fazem parte da “Missão País”, projeto de base católica criado em 2003 por três estudantes da Universidade Nova de Lisboa, que arrancou nesse ano com 20 alunos em missão. Hoje envolve cerca de 3 mil universitários, ‘missionários’ de 55 Faculdades de todo o país. Em Moimenta da Beira estão 61 desses estudantes, todos da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa. Chegaram no sábado passado e aqui permanecerão, em missão, uma semana inteira, até 23 de fevereiro. São estadas de sete dias que se repetirão nos próximos dois anos. O numeroso grupo foi recebido esta segunda-feira, no Salão Nobre dos Paços do Município, pelo Presidente da Câmara Municipal, José Eduardo Ferreira. Antes já tinha sido acolhido pelo padre Diamantino José Alvaíde Duarte, da paróquia de Moimenta da Beira, que liderou a organização.
Dormem em sacos-cama, nos bombeiros e no pavilhão municipal, e na comitiva há alunos-cozinheiros, alunos-disto, alunos-daquilo. Têm todos tarefas definidas e atribuídas. Tudo para cumprirem a missão, que é estar perto das pessoas, falar com elas, vivenciarem o seu dia-a-dia, quebrar a sua solidão. O objetivo é fazer com que os missionários se sintam acolhidos pela população e vice-versa, sentindo que vão conseguir deixar lá a sua marca e continuar o trabalho nos próximos dois anos. “Seguindo o exemplo da Grande Missionária – Nossa Senhora – deixam tudo e partem com Cristo por Portugal fora”, explica o site deste movimento católico.
O grupo está dividido em comunidades e, se assim se pode dizer, ‘residente’ em cinco locais: Artenave, Lar da Santa Casa da Misericórdia, Escola Secundária, Residência Rural de Repouso e Centro Escolar. Trabalham com alunos, assistem a algumas aulas e participam nelas. Falam de valores, de espiritualidade, do sentido de vida que devem procurar. Nos lares falam com os utentes, abordando o dom da vida e ajudando-os até nas tarefas do dia-a-dia.
O ‘porta-a-porta’ ou ‘as visitas às casas’ são uma outra parte central da missão e uma experiência muito enriquecedora para quem a realiza. “É uma oportunidade para nos aproximarmos da população e de dar a conhecer a nossa missão, de uma forma mais pessoal. O objectivo do ‘porta-a-porta’ é fazer uma experiência semelhante à que viveram os apóstolos enviados por Cristo. Os missionários vão organizados em grupos, tal como faziam os primeiros apóstolos”, explica João Maldonado Correia, porta-voz do grupo.
Além do serviço aos outros, a oração é também um ponto fundamental. A espiritualidade das missões é guiada por um lema anual que tem como objetivo refletir a situação atual do mundo e do país. Os missionários encontram-se com Jesus na missa diária. Todos os dias é lançado um tema relacionado com o lema, sobre o qual os missionários são desafiados a refletir nas orações da manhã e da noite.
O culminar da semana dá-se com duas atividades abertas à população: um teatro, representado pelos missionários, e uma vigília de oração, de agradecimento à comunidade que os recebeu. O teatro é na sexta-feira, dia 22, no Auditório Municipal Padre Bento da Guia. Duas sessões abertas ao público. A primeira às 15 horas e a segunda às 21 horas. A missa, vigília de oração, é no sábado, às 15 horas, na Igreja Paroquial de Moimenta da Beira.
Rui Bondoso