Coronel Pedro Calheiros (Chega) quer pôr Câmara a servir os cidadãos

O regulamento militar que regeu boa parte da vida de Pedro Calheiros impediu-o de ser politicamente ativo, mas agora, na situação de reformado, o coronel de cavalaria da GNR quer pôr a Câmara de Viseu a servir os cidadãos.

O candidato do Chega, de 63 anos, serviu em Braga, Lisboa, Porto, Coimbra, Aveiro, Viana do Castelo, Évora, São João da Madeira, Portalegre, Viseu, Figueira da Foz, Angola e Guiné-Bissau, tendo exercido funções de comando.

Natural do concelho de Tondela, Pedro Calheiros reside em Viseu desde 1987 e aceitou ser o candidato à Câmara da capital de distrito em sobreposição com as tarefas de angariação de candidatos para as listas autárquicas a nível distrital.

Responder ao desafio proposto de mudar um alargado conjunto de procedimentos, “de forma a pôr o município a servir os seus cidadãos, a tratá-los de forma igual e transversal, e a ajudar a superar os constrangimentos sentidos pelos mais suscetíveis” são as suas motivações para esta candidatura.

Pedro Calheiros tornou-se politicamente ativo em 1974, “afirmando a direita como opção política, ao arrepio perigoso da loucura vermelha que se experimentou até ao 25 de Novembro”, recorda.

Entre 1979 e 2017, o tempo foi de “repouso político obrigatório por imperativo legal” e, em junho de 2020, tornou-se militante do Chega, sendo um dos dois vice-presidentes da distrital de Viseu.

Se for eleito nas próximas eleições autárquicas, Pedro Calheiros – que se apresenta com o lema “Servir de Mãos Limpas” – promete “dar contas aos munícipes da forma como se gastam os seus dinheiros alocados ao município”.

“A primeira medida seria cumprimentar aqueles que votaram no nosso projeto, asseverar-lhes que o destino é longe, a bitola de comportamentos apertada, a disciplina exigida, o rigor vertical, os deveres horizontais e o esforço recompensado”, sublinha.

O coronel de cavalaria diz que não abdica de ser honesto, escorreito de procedimentos e de “fazer uma limpeza de tudo o que está mal”.

“Tem de haver quem faça de uma forma criteriosa, e sobretudo, justa, a inspeção dos gastos, porque isto de pegar no dinheiro público, gastar a torto e a esmo, não havendo mais do que o critério de uma ou duas pessoas que dizem que deve ser assim ou assado, não serve a ninguém”, defende.

O seu programa é um documento aberto, um plano de intenções que será cumprido “na exata medida das possibilidades materiais e humanas” e “sempre na observação do que é prioritário”.

O coronel promete também que este plano será cumprido sem “quaisquer contrapartidas de caráter político-partidário e a pensar nos cidadãos”.

As medidas de caráter social e de segurança, a gestão autárquica e o património, a educação, a cultura e o desporto, a economia, o ambiente e o turismo são os pilares do programa do Chega.

O partido pretende “arrancar com uma equipa local, multidisciplinar, sem vícios políticos e motivada para melhor e mais adequadamente servir a todos”, e “romper com todas as ligações interpartidárias e dos seus aparelhos, as suas servidões, os seus compromissos internos solúveis, os favores a receber ou a pagar”.

Questionado sobre a postura que deve ter um presidente de Câmara perante a oposição, Pedro Calheiros atira: “Deve ser diametralmente oposta ao que todos os dias se vê em relação à forma como os partidos tratam o Chega”.

“É que assim matam a democracia. A tal de um país que se diz democrático, mas em que mais de metade dos cidadãos não vota. É assim uma coisa como ser estudante e não ir às aulas”, considera.

Além dos 36 anos de serviço público, o coronel de cavalaria da GNR exerceu vários cargos e funções na sociedade, como, por exemplo, vogal do Conselho Jurisdicional da Federação Portuguesa de Tiro e membro dos Conselhos Consultivos do Instituto Superior Politécnico de Viseu e do Instituto Superior de Ciências Educativas.

É mestre da Ordem Soberana dos Cavaleiros de Santo Urbano e São Vicente e tem no seu currículo 34 títulos de campeão nacional de tiro de pistola (individualmente e por equipas).

Nas eleições autárquicas de 2017, o PSD conseguiu 51,74% dos votos (seis mandatos) e o PS 26,46% (três mandatos). A constituição do Chega como partido só foi formalizada em 2019.

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