O Centro de Tropas de Operações Especiais (CTOE), situado em Lamego, está a melhorar as condições de alojamento dos seus praças, uma categoria que sofre da falta de efetivos, disse ontem o seu comandante, Raul Matias.
“É geral no Exército. Faltam praças para as várias especialidades de apoio de serviços à unidade”, disse aos jornalistas Raul Matias, no final de uma visita do ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, ao CTOE.
Segundo o comandante, o CTOE vai lidando com essa situação “com muitas dificuldades”, tentando encontrar soluções para uma realidade diferente da que havia “há muitos anos, em que (os praças) cumpriam a sua função nos vários cargos”.
A categoria de praças compreende uma série de especialidades, transversais a todo o Exército, de âmbito operacional (Armas Combatentes e de Apoio de Combate) e logístico (serviços).
João Gomes Cravinho iniciou ontem o segundo dia do primeiro Roteiro de Defesa Nacional com uma visita ao CTOE, que forma militares na área das Operações Especiais e apronta a Força de Operações Especiais.
Em Lamego, encontram-se 260 militares, distribuídos por três aquartelamentos, um número que, segundo Raul Matias, “é suficiente para o cumprimento das missões”.
O governante congratulou-se com a realização das obras na área habitacional dos praças, “muito confortável, muito agradável, com tudo aquilo que se pretende para jovens do século XXI”.
“Foi-me facultada toda a informação sobre as transformações aqui em Lamego, nomeadamente a criação de melhores condições para praças. Já estive a ver um primeiro conjunto de 24 camas, que vai ser alargado para 96”, contou aos jornalistas.
João Gomes Cravinho lembrou que o CTOE “é uma unidade que tem uma mística muito especial no Exército”, sendo conhecida por todos os militares e grande parte da população portuguesa.
“Neste último mês e meio, encontrei militares de Lamego na República Centro-africana, no Iraque, no Afeganistão e no Mali, gente altamente formada, a transmitir o que sabe a outras forças que carecem desse apoio”, frisou.
Segundo o ministro, esta é “uma força de grande exigência”, que “não é para qualquer um, nem é sequer para qualquer militar”.
“É para militares que têm uma vocação muito especial, que têm a capacidade de passar por uma formação muito exigente e que desempenham funções que, por um lado, têm um elevado grau de risco, mas, por outro lado, requerem também a preparação muito especializada que recebem aqui em Lamego”, acrescentou.
O presidente da Câmara de Lamego, Ângelo Moura, lembrou que “esta unidade está umbilicalmente ligada à cidade e à região”, fazendo parte da sua história.
“É essencial para o município e para a região a continuação desta unidade que, para além desta afirmação histórica, tem esta ligação muito afetuosa que todos podemos sentir pelos quatro cantos do mundo”, sublinhou o autarca.