Parece estar pronta, após meses de atraso, a prometida obra de requalificação do Largo das Carvalhas no centro de Mangualde. O resultado é a imagem de um urbanismo cinzento, em contraciclo com os objetivos da humanidade e da necessária integração urbana num planeta que combata as alterações climáticas.
É muito fácil de perceber o contraste entre o antes e o depois, basta ver fotografias, agora o largo não é mais do que um retângulo cinzento de um estacionamento quente, sem as sombras das árvores que ali habitavam. Uma praça que foi fresca e que poderia ser alvo de uma requalificação, preservando o património arbóreo ali existente, inserindo novos elementos naturais com vida, com a preocupação e respeito pela natureza, principalmente por estar numa zona urbana e central, num local com trânsito automóvel.
Infelizmente não é o único caso. Também na requalificação do Largo da Misericórdia o verde diminuiu, com menos árvores e com o mesmo esquema de ideias, remover tudo que for verde e vivo do centro da praça.
A requalificação da envolvente ao mercado municipal não implementou mais nenhum elemento vivo, fica a pedra, o cimento e o metal do mobiliário urbano para que ninguém se esqueça das variações meteorológicas que vamos assistindo, como as temperaturas perto dos 40.º que se aproximam.
Alguns destes projetos já têm alguns anos, com origem na anterior presidente de Câmara, João Azevedo, continuados e implementados pelo atual presidente da Câmara Municipal, Elísio Fernandes, na União das Freguesias de Mangualde, Mesquitela e Cunha Baixa, presidida por Marco Almeida, nunca tendo sido postos em causa, nestes anos, por nenhum destes decisores políticos.
Um novo urbanismo é possível, que respeite e equilibre a nossa existência, a existência urbana e cosmopolita que queremos com o respeito pelo ambiente, pela natureza, pela biodiversidade e com o claro comprometimento no combate às alterações climáticas.
O Bloco de Esquerda diz ’Presente!’ neste comprometimento com as mudanças necessárias para que haja futuro para as gerações que se seguem, um futuro em harmonia com os outros animais e com a restante natureza.
David Santos