A produção de maçã, na região da Beira Távora, que integra o concelho de Moimenta da Beira, teve uma diminuição de 40% a 50%. Os principais fatores que contribuíram para a quebra “foram as condições climatéricas durante o período de dormência vegetativa das macieiras e pereiras, com Inverno ameno a não ajudar ao aparecimento de flores, e, na fase da floração, com chuvas intensas e temperaturas a não ajudar ao desenvolvimento dos frutos”.
Estes e outros dados foram revelados por Maria do Carmo Martins, do Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN), que reuniu, pela primeira vez em Moimenta da Beira, com produtores, técnicos e organizações frutícolas de várias regiões do país, para fazer o “Balanço da Campanha da Maçã 2016”. O programa incluiu ainda visitas a dois pomares, uma palestra sobre a problemática dos ácaros em macieira, pelo investigador Raúl Rodrigues, da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima, e apresentação dos resultados da campanha pelas estruturas de produção presentes.
Portugal registou um decréscimo situado entre os 35% e os 40%, bastante acima da diminuição ocorrida no resto dos países da União Europeia, que não foi além dos 3%.
De acordo com as últimas previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicadas em Novembro passado, a estimativa era colher 226 mil toneladas de maçãs em Portugal, o que a confirmar-se representaria uma quebra de 30% face às 323 mil toneladas obtidas um ano antes (2015).
Na União Europeia, a produção decresceu 3% em 2016 face ao ano anterior. “Os principais países produtores tiveram um decréscimo de produção como, por exemplo, a França, com menos 7%”, explicou a técnica do COTHN. No entanto, houve países, como a Polónia, com “um aumento de 4% relativamente à campanha passada e de 14% relativamente às últimas três campanhas”, acrescentou.