O presidente do Tondela foi reeleito na sexta-feira por maioria para o novo biénio, 2020/2022, na assembleia-geral do clube e, no discurso de apresentação de contas, admitiu que poderá não acabar o mandato, caso a academia fique pronta.
“Vou começar uma nova direção com estes valentes e fruto de já não ser eu a decidir no futebol, porque é a SAD. Há uma promessa que fica da minha parte: irei dar início à academia e depois, não sei se, nestes dois anos, fica pronta, porque se ficar, [o mandato] não vai durar até ao fim. Portanto, é bom que vão pensando em alguém credível, de bom senso, com garras e que sinta o clube como eu para dar continuidade”, admitiu Gilberto Coimbra aos sócios.
Aos jornalistas, o presidente do Tondela, no cargo desde 2004, admitiu que, “se acabar o mandato”, serão “18 anos” à frente do clube, e “é sinal que em termos de obra a construir não correu tal como queria” e que a construção da academia se atrasou.
Na assembleia-geral do clube, Gilberto Coimbra foi hoje a votos, para o próximo biénio 2020/2022, e, uma vez que era a única lista candidata, foi reeleito por maioria, sem qualquer voto contra e com duas abstenções, perante uma participação de mais de meia centena de sócios.
Num discurso de mais de meia hora, marcado pela posição do clube no campeonato de futebol, Gilberto Coimbra frisou repetidamente “a dor de ver o clube na atual posição” do campeonato da I liga de futebol, ou seja, em 15º lugar, com 30 pontos, os mesmos que têm o Portimonense e o Vitória de Setúbal, que está na zona de despromoção.
“Não é nada que não estejamos habituados há quatro anos e, se nosso Senhor nos ajudar, e a nossa Senhora de Fátima como nos ajudou lá trás, também nos há de ajudar na próxima segunda-feira que, diria eu, quase nos resolveria o problema”, desabafou o presidente, referindo-se ao encontro com o Sporting de Braga, da 33.ª jornada da I Liga.
Gilberto Coimbra anunciou ainda que as obras da academia do clube “começaram na segunda-feira da semana anterior” e lembrou que a formação do Tondela “era zero e deu um salto qualitativo para 100% e com as novas instalações terão condições para serem ainda melhores”.
“Comprometo-me com vocês, com cabeça e orientação, fazer a academia”, prometeu.
Depois de ver as contas de 2019 aprovadas por unanimidade, o presidente explicou que investiu dinheiro que a SAD pagou ao clube, aquando da compra de 80%, “já que o dinheiro estava parado à espera de autorização para avançar com a academia” e apresentou dados até ao dia de hoje.
“Eu, com algum conhecimento de banca, corri o risco de fazer algumas aplicações financeiras e, neste momento, o dinheiro está em quatro contas no valor de 2,650 milhões de euros, mais o valor da escritura de 380 mil euros, dá um total superior a três milhões de euros e o clube recebeu 2,9 ME da SAD”, explicou.
O presidente admitiu ainda que “gostava de estar aos berros de alegria, por o clube se manter na I Liga”, mas, “como não está, é preciso paciência” e, no seu entender, “quem já gastou 2,9 ME, quem tem de gastar ainda mais 3,2 ME para pagar e levar os seus compromissos até ao fim”, naturalmente não quer a descida e, “se tal acontecer, tudo fará o mais rápido possível para o pôr [ao Tondela] novamente na I Liga”.
Também na sexta-feira foi mostrada aos sócios a possível mascote do clube e, neste sentido, foram apresentados duas para que os sócios possam votar, entre um crocodilo que a claque ‘Febre Amarela’ já usa com uma besta, um dos símbolos do concelho, e ainda uma boneca com uma corneta, simbologia histórica do concelho, ligada à lenda “ao tom dela”.
As votações estão abertas online, só para sócios com quota válida até 2019, e quem não tiver acesso à internet pode fazê-lo na loja do clube.
Nesta assembleia-geral foi também aprovado, por unanimidade, o relatório de contas de 2019, que contou com um saldo positivo do exercício de 1.286.066,15 euros.
De recordar que o relatório de contas do ano de 2018 contou com resultados positivos de 1.588.557,74 euros.