Em audição parlamentar o ministro das infraestruturas e planeamento, Pedro Nuno
Santos, assumiu que a ferrovia Aveiro-Viseu-Vilar Formoso, afinal não está como os
deputados do PS têm anunciado. Segundo ministro, “É um trabalho que ainda vai
demorar junto do Governo espanhol que não tem nenhuma intenção de ligar (…)
Madrid, numa ligação rápida, a Vilar Formoso.” O que não deixa de ser contraditório
com a declaração conjunta da XXXI Cimeira Luso-espanhola, realizada na Guarda, a 10
de outubro de 2020, onde, no ponto 25, os países destacam os avanços produzidos na
ligação Aveiro – Salamanca. As desculpas já foram muitas para que se adiassem
estudos e projetos, mas nunca com este nível criatividade ou honestidade: a culpa é
dos espanhóis.
À semelhança das Ministras da Saúde e da Coesão, o ministro das infraestruturas fez
cair a máscara a quem anda a enganar os viseenses com a vinda do comboio para
Viseu no imediato. Mesmo assim, como estamos em período de pré-campanha
eleitoral, não há nada que os socialistas e o Governo não prometam. Em breve. não
faltará ousadia para anunciar e recuperar a proposta de construção de um ramal de
ligação entre Viseu e a linha da Beira-Alta que esteve previsto no âmbito do PETI3+,
entretanto abandonado pelo Governo, no atual projeto de requalificação e
modernização da linha da Beira-Alta.
Quanto ao IP3 são 6 anos sem um metro de duplicação do traçado. Estes são os
factos! Esta é a verdade que todos conhecemos. Se a rapidez do Governo em cancelar
o processo a via-dos-duques fosse a mesma para avançar com a duplicação do IP3, não
estaríamos, ainda hoje, em fase de projeto e de avaliação de impacte ambiental. É
incompreensível que passado todo este tempo ainda não existam condições de
previsibilidade de custos e calendário.
Se fizermos as contas aos milhões que já gastaram na TAP, € 1 700M (dos 4 000M
previstos), teríamos duplicado 12 vezes o IP3 e construído 68 centros oncológicos.
Esta é a realidade com a qual não nos conformamos e coma qual não pactuamos.
Exigimos respeito por quem escolheu viver no Interior. A coesão social e territorial não
pode reduzir-se a um enunciado de objetivos. Mais do que uma aspiração é um
desígnio para todos os que, como nós, decidiram viver no interior.
Os Deputados do PSD/Viseu