O Hospital CUF Viseu realizou, pela primeira vez, um tratamento endovascular do aneurisma da aorta abdominal. O aneurisma da aorta abdominal, o mais frequente dos aneurismas, consiste numa dilatação da principal artéria do corpo, que pode romper e ser potencialmente fatal. Este procedimento, que permite tratar uma situação clínica complexa, de uma forma minimamente invasiva, apresenta várias vantagens face à cirurgia convencional.
Esta técnica minimamente invasiva, denominada por EVAR, consiste na colocação de uma prótese na aorta para excluir o contacto do sangue com o aneurisma, sendo efetuada por via femoral (artérias das virilhas) através de cateterismo.
Neste tipo de intervenção, a endoprótese – um tubo de tecido sintético suportado por uma estrutura metálica – é colocada através de uma pequena incisão na virilha ou por via percutânea, evitando a progressão da dilatação e consequente rutura do aneurisma, que pode ser fatal.
Esta cirurgia, realizada por uma equipa experiente e especializada em cirurgia vascular, é liderada por Rui Machado e Arlindo Matos, especialistas em Angiologia e Cirurgia Vascular no Hospital CUF Viseu, em estreita articulação com a equipa de anestesiologia, de enfermagem e dos técnicos de radiodiagnóstico.
“A implementação da cirurgia endovascular, tem possibilitado tratar situações mais complexas de uma forma cada vez menos invasiva e com claras vantagens para os doentes”, refere Rui Machado, Cirurgião Vascular no Hospital CUF Viseu.
Comparado com a cirurgia convencional, em que se procede a uma grande incisão na zona do abdómen, este procedimento reduz a probabilidade de riscos e complicações, permitindo um tempo de internamento mais curto e uma recuperação pós-operatória mais rápida.
A maior parte dos aneurismas da aorta abdominal são assintomáticos e podem rapidamente originar complicações clínicas, caso o doente não seja intervencionado.
A vigilância médica adequada assume, por isso, especial importância: “é aconselhável a realização de uma ecografia do abdómen, um exame simples e indolor que permite avaliar a dimensão da artéria aorta abdominal e assim optarmos pela melhor forma de tratamento”, alerta o especialista.
A probabilidade de desenvolver um aneurisma aumenta com a idade, particularmente após os 65 anos. Adicionalmente, terão maior possibilidade de desenvolver esta doença pessoas com hábitos tabágicos, colesterol elevado, hipertensão ou com antecedentes familiares, pelo que é aconselhável o acompanhamento médico regular para evitar complicações.