PAN pede ao Governo mais respostas para a população idosa

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O PAN (Pessoas-Animais-Natureza) pede ao Governo que reforce as medidas de prevenção e de proteção da população mais vulnerável à Covid-19, como as pessoas idosas, mediante a promoção de medidas que minimizem o impacto do isolamento social, para mais após a declaração do estado de emergência, aprovada ontem a pedido do Presidente da Assembleia da República, como forma de resposta ao combate contra a propagação deste surto.

Para o efeito o PAN vai dar entrada com caráter de urgência um Projeto de Resolução no qual recomenda ao Governo que considere o alargamento a todo o país de iniciativas como o projeto RADAR, atualmente em prática em Lisboa. “Consideramos que, neste período particularmente difícil, o Governo deve equacionar seriamente a possibilidade de replicar os trâmites deste tipo de projetos a todo o país,  com as devidas adaptações às necessidades específicas da situação que vivemos presentemente, em que entrarão em vigor medidas mais restritivas em matéria de direitos e liberdades dos cidadãos”¸ defende a líder parlamentar e deputado do PAN, Inês de Sousa Real.

Em termos genéricos, o PAN defende que seja posto em prática a muito curto prazo um projeto que garanta o contacto e apoio de proximidade a todas as pessoas com mais de 65 anos, em particular as que se encontram em condições de isolamento geográfico e social. Pessoas estas que têm de estar não só devidamente informadas  e perfeitamente identificadas, bem como as condições em que se encontram, como são precisas respostas de modo a que consigam ver asseguradas as suas necessidades básicas, para mais em face do contexto atual, sem descurarem a sua segurança e saúde.

Atendendo ao facto de esta franja da população ser a mais seriamente afetada pelos efeitos da Covid-19, os quais têm-se revelado devastadores, segundo o revelam todas as estatísticas, o PAN pretende ainda que o Governo rapidamente venha dar nota sobre que medidas estão equacionadas e a ser adotadas no plano de assistência às pessoas idosas no país. Notícias recentes dão ainda nota de burlas e tentativas de furto neste contexto, pelo que mais do que nunca é importante que esta população saiba identificar as fontes de informação fidedignas e as equipas que possam deslocar-se às suas casas.

De acordo com os dados do último Censos de 2011, do Instituto Nacional de Estatística (INE), entre 2001 e 2011 constatou-se uma tendência de êxodo do interior para o litoral, verificando-se um agravamento do despovoamento do interior. “O alargamento de medida de proteção social dirigida aos idosos é tão ao mais premente nesta fase particularmente difícil quando o é num futuro não muito distante, dado que todas as projeções estatísticas preveem que, até ao final do século, Portugal seja o Estado da União Europeia com mais pessoas acima dos 65 anos em relação à população em idade ativa, à exceção da Grécia”, advoga a deputada do PAN. Até porque, ainda segundo dados do INE, em 2080, o índice de envelhecimento mais do que duplicará, devendo passar de 147 para 317 idosos por cada 100 jovens. Por outro lado, apontam os dados que a tendência de aumento da população idosa é transversal a todas as regiões.

“Estes são dados que nos preocupam grandemente, sobretudo quando em Portugal, segundo os dados mais recentes da operação Censos Sénior, da GNR, são 41.868 os idosos a viverem sozinhos ou isolados em todo o país”, recorda Inês de Sousa Real. De acordo com estes dados, é nos distritos de Vila Real (4736), Guarda (4183), Faro (3272), Viseu (3201), Portalegre (3147) e Bragança (3142) que está identificado o maior número de idosos a viver sozinhos ou isolados. Em Lisboa estão identificados 626 idosos a viver sozinhos ou isolados e no Porto 1026.

“Em causa estão idosos que vivem sozinhos e/ou isolados ou em situação de vulnerabilidade devido à sua condição física, psicológica ou outra que possa colocar a sua segurança em causa. E é relativamente a esta franja da população que, no contexto deste surto e em virtude da declaração do estado de emergência aprovada no Parlamento, ganha acrescida urgência a tomada de medidas. A rede social tem feito o seu papel, respondendo de forma extraordinariamente solidária a estas pessoas, mas também o estado e as autarquias locais têm aqui um papel fundamental e o dever especial de proteger estas pessoas”, remata a líder parlamentar do PAN.