Os habitantes do centro interior já não precisam de se deslocar a cidades do litoral para serem operados utilizando o vale-cirurgia atribuído pelos hospitais públicos.
A 1 de janeiro de 2020 o Hospital CUF Viseu aderiu ao Sistema Integrado de Gestão de Inscritos de Cirurgia (SIGIC), o que vai permitir que os utentes dos hospitais públicos da ARS-Centro, entre os quais os Centros Hospitalares Tondela-Viseu, Cova da Beira ou ULS Guarda, possam ser intervencionados num menor espaço de tempo e com toda a qualidade e segurança clínica, mais perto da sua área de residência. O Hospital CUF Viseu é o único hospital privado da região a estar integrado no SIGIC.
Nesta fase, são sete as especialidades cirúrgicas incluídas no SIGIC do Hospital CUF Viseu: Ortopedia, Oftalmologia, Neurocirurgia, Otorrinolaringologia, Cirurgia Geral, Urologia e Cirurgia Vascular, num total de mais de 40 cirurgias distintas, sendo as mais frequentes cirurgia de cataratas ou colocação de próteses ortopédicas.
De acordo com a Direção do Hospital CUF Viseu, este novo acordo com a ARS-Centro “vai permitir a muitos utentes do SNS da região serem operados mais atempadamente e num hospital de proximidade, o que contribuirá para diminuir as listas de espera para cirurgia nos hospitais públicos e ao mesmo tempo reduzir os custos para a sociedade: menos encargos com viagens, menos impacto ambiental, menos tempo despendido pelo doente e acompanhante, menos internamentos”.
Até agora, os doentes da zona centro interior tinham de se deslocar às cidades de Coimbra, Aveiro ou Leiria para serem operados com recurso ao vale-cirurgia. Além do mais, esta situação acabava por impedir muitas cirurgias em regime de ambulatório, convertendo-as em cirurgias com internamento, devido à distância máxima de segurança que o utente pode percorrer no pós-operatório.
O processo de adesão ao SIGIC é, de acordo com a Direção da Unidade, “mais um passo na concretização do projeto clínico do Hospital CUF Viseu que tem na sua origem a ambição de garantir à população do centro interior uma maior acessibilidade a cuidados de saúde de excelência e qualidade”.
Os vales emitidos por todos os hospitais do SNS passaram, desde o início deste ano, a referir o Hospital CUF Viseu na lista de unidades convencionadas, podendo assim ser escolhido pelos doentes. No caso dos vales-cirurgia já emitidos no passado – e onde ainda não consta a possibilidade de escolha do Hospital CUF Viseu – os utentes podem também contactar a unidade para ainda assim efetuar a cativação do vale, caso a cirurgia esteja enquadrada numa das especialidades e tipologias convencionadas.
O que é um vale-cirurgia?
Um vale-cirurgia é um documento que um utente que está em lista de espera para uma cirurgia num Hospital Público do SNS recebe quando esse Hospital não consegue dar resposta à cirurgia, dentro do tempo estipulado. Este vale-cirurgia poderá ser usado num conjunto de hospitais privados ou sociais com convenção com o Serviço Nacional de Saúde.
Como obtenho e para que serve?
O vale-cirurgia é enviado diretamente para a residência do utente, quando a unidade hospitalar do SNS não consegue dar resposta atempada à necessidade de intervenção cirúrgica. Serve para marcar a cirurgia diretamente noutra entidade prestadora de cuidados de saúde, privada ou pública, com acordo com o SNS para o SIGIC. Neste vale é identificada uma lista de entidades disponíveis para esta cirurgia, sem prejuízo da possibilidade de escolha pelo utente de qualquer outra unidade convencionada. Porém, a lista é muito maior e o vale é válido em qualquer prestador convencionado desde que a unidade hospitalar escolhida pelo utente esteja disponível, no fundo a escolha cabe ao utente e é mais vasta.
Como posso marcar a minha cirurgia?
Tendo o vale em sua posse, o doente deve escolher a Unidade onde deseja fazer a cirurgia, dirigindo-se às instalações da mesma para ser feita a cativação do vale. Após esse processo segue-se uma troca de informação com o hospital público de origem, consultas e exames exames complementares pré-operatórios necessários. As despesas das consultas, exames e todos os procedimentos relacionados com a cirurgia, ficam a cargo do SNS, com exceção das taxas moderadoras que seriam aplicáveis.