A Casa de Saúde São Mateus, de Viseu, conta a partir de ontem com um centro oncológico, que representou um investimento global de 1,5 milhões de euros e que permitirá aos doentes um tratamento de proximidade.
O projeto ontem apresentado em conferência de imprensa, resulta de uma parceria entre este hospital privado de Viseu e a Lenitudes, que atua sobretudo na área do diagnóstico e tratamento oncológico.
“Já temos ao nosso dispor um manancial de tratamentos bastante vasto, desde o estudo de diagnóstico, com vários exames imagiológicos e laboratoriais, até à cirurgia, passando pela braquiterapia, mas queremos crescer mais e precisávamos de mais alguns exames, daí que esta parceria tenha surgido de forma natural”, explicou o diretor clínico da Casa de Saúde, Ricardo Patrão.
O objetivo é oferecer ao doente “um tratamento de proximidade, que é gerido pelo seu médico assistente, e que nos permite ir mais além”, acrescentou.
O novo centro integra consultas de oncologia, tratamentos de quimioterapia em hospital de dia e de radioncologia (o último a realizar na Lenitudes, em Santa Maria da Feira), consultas de grupo e de segunda opinião médica e de Medicina Nuclear.
O investimento de 1,5 milhões de euros engloba a requalificação no espaço já existente na Casa de Saúde, como o bloco operatório, a criação da zona de tratamentos e a aquisição de novas máquinas de ressonância, mamógrafos, Tomografia Axial Computorizada e raio-x digital.
Em Santa Maria da Feira, estão duas máquinas de radioterapia, que custaram dois milhões de euros cada, que os doentes poderão usar em caso de necessidade.
A diretora clínica da Lenitudes, Ana Castro, disse que, apesar de em Viseu já haver alguns tratamentos, “para algumas situações depois o doente teria que se deslocar para ter uma consulta de oncologia”, sendo que esse é “um momento de alguma ansiedade” em que é importante ter o seu médico na proximidade.
“O projeto que nasce é isso: podermos trazer para a proximidade dos doentes, em Viseu, aquilo que não estava neste momento, como os tratamentos da quimioterapia. A radioterapia será em parceria, porque implica um equipamento que não é transportável, mas o doente vai poder usufruir do tratamento”, frisou.
Ricardo Patrão referiu que esta parceria “já estava prevista há muito tempo”, rejeitando a ideia de que surgiu devido à não concretização do projeto de construção do centro oncológico previsto para o Centro Hospitalar Tondela Viseu (CHTV).
Ainda na semana passada, o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, pediu uma reunião com caráter de urgência à ministra da Saúde, na qual a questionará sobre o projeto do centro oncológico que deveria ter sido apresentado até final de agosto de 2019.
Em meados de junho, no final de uma reunião em Lisboa, o autarca disse aos jornalistas que o projeto de construção do centro oncológico, com tratamentos de quimioterapia e radioterapia, estaria concluído no prazo de mês e meio.
“Não há data para a construção. A senhora ministra não se comprometeu com nenhuma data. O presidente do conselho de administração (do CHTV) é que se comprometeu em ter num mês e meio concluído o projeto”, referiu, na altura.
Lusa